Home Notas RORIZ ZERO QUILÔMETRO E INELEGÍVEL?

RORIZ ZERO QUILÔMETRO E INELEGÍVEL?

0

Por Renato Riella

Até 4 de outubro, o destaque do noticiário político em Brasília será Joaquim Roriz, que anda submerso há muito tempo, mas não se afoga. Pelo contrário! As últimas pesquisas indicam que ainda é o nome mais forte no DF. Se fosse candidato a governador em 2014, certamente estaria pelo menos no segundo turno.

Mas Roriz é inelegível, sabendo-se que a transferência de votos é limitada. No entanto, não esqueçamos que o prestígio dele levou a mulher, Weslian Roriz, para o segundo turno na disputa com o neopetista Agnelo Queiroz, o que foi a zebra da zebra.

Roriz surpreende, mas vale lembrar que ele ficou inelegível depois da Lei da Ficha Limpa, por ter renunciado ao mandato de senador para não enfrentar processo de cassação no Conselho de Ética do Senado. Os advogados acreditam que poderão reverter essa situação, mas é quase impossível.

O ex-governador poderá tornar-se bi-inelegível se for condenado na terça, no processo do TSE (ver longa matéria abaixo).

 

TRANSPLANTE PODE DEIXAR

RORIZ ZERO QUILÔMETRO

Roriz não é fácil, sempre surpreendente. Aos 77 anos, acaba de sair-se bem de uma operação de ponte de safena. Também, pudera! Convenhamos que é quase impossível alguém conseguir morrer no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Nem Sarney, que é mais velho!

Guerreiro, Roriz pegou gosto por hospital de qualidade e agora está inscrito numa fila para transplante de rim, em São Paulo. Especialistas dizem que esse tipo de operação, aos 77 anos, é perigosíssimo, mas a vontade de fazer política é tão forte em Roriz, que aposto na sua sobrevivência.

Repetindo Zagalo, Roriz certamente poderá dizer aos adversários: “Vocês vão ter de me engolir!”

Hoje, ele vive de forma extremamente limitada, fazendo hemodiálise diária, o que é um grande transtorno. Se ganhar um rim zero quilômetro, estará renovado para sair por aí, em cima de carro de campanha, enfrentando os “inimigos” políticos.

Roriz é genial nas frases. Hoje ele aparece com raciocínio provocativo, afirmando: “Se Liliane serve para ser vice-governadora de qualquer um, por que não ser candidata a governadora?”

Só faltou dizer que, quem leva Weslian para segundo turno, fácil, fácil, pode eleger Liliane Roriz, que é jovem e se destaca como ótima deputada distrital.

Falta a Joaquim Roriz decidir-se por um partido político. Ele andou falando com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, mas a definição está longe de sair. Para completar, será preciso decidir também sobre Jaqueline e Liliane Roriz, além de outros políticos do grupo.

Fiquem de olho em Roriz. Ele vem aí!

PROCESSO GIM-RORIZ: AGORA VAI!

 Está na pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a próxima terça-feira, 20 de agosto, o processo de número 2362, que pode tornar inelegíveis o ex-governador Joaquim Roriz e o atual senador Gim Argello (Jorge Afonso Argello), sendo que este último pode ser cassado, quando ainda tem pela frente 16 meses de mandato.

Acho que, desta vez, o julgamento ocorrerá. Em maio deste ano, o advogado de Roriz, Pedro Gordilho, me disse que o processo iria entrar em pauta e isso realmente ocorreu. Fiquei ligado na TV Justiça, mas a sessão foi presidida pelo vice-presidente Marco Aurélio, que estranhamente não levou esse item a julgamento. Acompanhei a pauta divulgada pelo TSE e, dois dias depois, o processo 2362 desapareceu.

Nos últimos dias, dois jornalistas bem informados (Leonardo Mota Neto e Gilberto Amaral) vêm passando a informação de que a presidente do TSE, ministra Carmen Lúcia, não quer deixar o cargo em novembro sem resolver essa questão.

Sempre confiei na ministra, considerada independente e detentora de posições firmes, até mesmo inatacável (pode ser dito isso). Sua postura recente, no episódio muito suspeito em que o TSE poderia ter repassado um cadastro de 146 milhões de eleitores ao Serasa, foi firme. E essa possível maracutaia acabou suspensa, sob clima de escândalo.

Assim, fico aliviado de ver que a ministra Carmen Lúcia finalmente coloca o processo Gim-Roriz em julgamento. Mais uma vez estarei ligado na TV Justiça, em busca de resultado.

 

ENTENDA ESTE CASO QUE ROLA

NO TSE HÁ QUASE SETE ANOS

Na eleição de 2006, o site da Caesb passou a indicar um fone de serviço (151), que correspondia ao número de candidato do político Joaquim Roriz, o qual acabou eleito senador.

O candidato do PCdoB derrotado foi o hoje governador Agnelo Queiroz. Este, através do seu advogado de sempre (Luiz Carlos Alcoforado), denunciou o fato no Tribunal Regional Eleitoral, onde a chapa Roriz-Gim poderia ter sido derrotada em 2007, se um juiz não tivesse mudado o voto já emitido, de forma suspeita.

Houve ameaça de se investigar a decisão desse juiz, mas no fim o corporativismo fez o assunto ser engavetado. O Ministério Público recorreu ao TSE, que até hoje não julgou o caso. Já passou uma eleição e vem aí outra, sem que ocorra uma decisão.

Tecnicamente, não vejo razão para a condenação da chapa Roriz-Gim. Como especialista em eleição, chego a afirmar que nenhum (nem mesmo um) voto foi influenciado por essa “coincidência” de números.

O que defendo e cobro é o julgamento do processo. Se existe um tribunal especializado em eleição, este precisa ser célere, minimamente eficiente. Quando se passa todo um mandato sem julgamento de um processo decisivo, o prejuízo à sociedade é grande.

No momento, em Brasília, há grande expectativa sobre a data de 4 de outubro, prazo final para os candidatos definirem sua filiação partidária. Esses políticos precisam saber a tempo a situação institucional de Roriz e Gim, dois nomes influentes do quadro partidário local.

Por isso, é de grande valor a decisão da ministra Carmen Lúcia de por em votação o processo 2362. Se os dois forem absolvidos, não deve haver frustração nenhuma. Pelo contrário, diante de qualquer resultado, devemos comemorar, pois finalmente a Justiça Eleitoral funcionou.

E a ministra Carmen Lúcia poderá repassar a presidência do TSE ao futuro presidente, Dias Toffoly, com a gostosa sensação de missão cumprida, pois o processo Roriz-Gim pode ser o símbolo de uma Justiça Eleitoral a ser reformada e dinamizada.

Vale lembrar que o primeiro interessado no julgamento, Agnelo Queiroz, já não terá benefício direto, pois nunca largará o GDF para tornar-se senador.

Caso haja a cassação de mandato do Gim, quem assume é o suplente de Agnelo, Messias de Souza, do PCdoB, hoje ocupando o cargo de administrador de Brasília.

O quadro político brasiliense depende muito do julgamento desse processo eleitoral para se reposicionar.

Fonte: Blog do Riella

NO COMMENTS

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Sair da versão mobile