O ministro aposentado do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo (direita) e a ex-governadora do DF Maria de Lourdes Abadia, fazem parte do grupo escolhido pelo presidente nacional do partido, o ex-governador e ex-senador Marconi Perillo, para a reconstrução da legenda no Distrito Federal.
Pelo visto, Perillo não fez pesquisa sobre Campelo e Abadia, esquecidos pelo eleitor e considerados “analógicos” em tempos digitais na politica.
Valmir Campelo foi deputado federal na primeira eleição direta no DF, em 1986, tendo sido reeleito (1990) e posteriormente eleito senador (1995-1997) e indicado ao Tribunal de Contas da União em 1997, onde ficou até se aposentar, em 7 de abril de 2014. Nesse período, ficou bem distante do eleitor e a atual geração brasiliense o desconhece.
Dizer que Valmir Campello possa agregar votos a qualquer chapa de senador, é piada pronta no DF. Existem nomes muito mais fortes, queridos e lembrados pelo eleitor.
ABADIA
Maria de Lourdes Abadia (foto acima) teve a sorte de ter sido indicada para ser administradora de Ceilândia no início da cidade, fato que a deixou conhecida e por isso ela foi eleita deputada federal em 1986, junto com Campelo.
No ano de 1990, disputou o mandato de deputada distrital e foi eleita. Porém, em 1994, disputou o governo do Distrito Federal – tendo sido a 1ª mulher a disputar este cargo. Ela concorreu com Cristovam Buarque e Valmir Vampello (apoiado por Roriz). Embora não tenha ganho a eleição, assumiu a secretaria de Turismo no governo do esquerdista Cristovam Buarque, por tê-lo apoiado no segundo turno nas eleições de 1994.
Em 1998, foi novamente eleita deputada federal, e em 2002 foi eleita vice-governadora do Distrito Federal do então governador Joaquim Roriz.
Em 31 de março de 2006 assumiu o governo no Distrito Federal, sendo a primeira mulher governadora do Distrito Federal, e disputou a reeleição, mas perdeu para José Roberto Arruda. Em 2010, concorreu a vaga de senadora obtendo 349 mil votos, mas não obteve êxito. Em 2014, concorre às eleições como deputada federal, mas também não obteve êxito. Em 2017, foi convidada pelo governador Rodrigo Rollemberg para assumir a Secretaria de Projetos Estratégicos do Distrito Federal.
Em 2018, desfiliou-se do PSDB após 30 anos de militância, alegando perseguição interna e ameaça no conselho de ética pelo presidente da legenda no DF. Abadia se filiou ao PSB do então governador Rollemberg (PSB) e deixou o cargo de Secretária de Projetos Estratégicos para se candidatar à deputada federal nas eleições de 2018. No entanto, não obteve êxito.
E novamente buscou uma vaga de deputada distrital em 2022, quando recebeu 6.006 votos e não se elegeu pelo União Brasil. Ela também empobreceu. Na prestação de contas de 2022, ela declarou ter patrimônio de R$ 3.059.077,85. Na eleição de 2018, ela declarou ter patrimônio de R$ 5.015.191,56.
Mas quando Abadia iniciou a carreira política, em 1986, ela declarou ter um pequeno patrimônio R$ 541.948,00. Ou seja: ela soube administrar muito bem o salário enquanto esteve na política.
Irritado com Abadia, Joaquim Roriz a ignorou em 2006 ao permitir que seus principais colaboradores apoiassem a candidatura de Arruda ao Governo do DF, mesmo sendo ela candidata ao GDF. Ela também transformou o PSDB/DF num partido fraco no DF sob sua influência.
Perillo deveria dar novos ares ao PSDB, desgastado junto ao eleitor brasileiro por sempre manter-se em cima do muro diante de decisões importantes ao país. Abadia representa retrocesso ao PSDB, partido de onde ela se desligou.
Em 2013, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entraram na justiça para pedir a devolução de R$ 20 milhões que teriam sido desviados no programa Projovem/DF, entre 2005 e 2008 por três ex-governadores: Joaquim Roriz, Maria de Lourdes Abadia e José Roberto Arruda, que teria dado continuidade ao programa sem corrigir falhas, mesmo sabendo da ineficiência, que teria sido alertada pelos órgãos de controle.
NOVO NOME E NOVOS VOOS NO NINHO TUCANO
Respeitado, trabalhador e bem articulado, o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar deverá assumir a presidência regional do PSDB, com a missão de montar uma nominata competitiva para as eleições de 2026. Ele é o novo fôlego do partido, que precisa olhar para frente e não pelo retrovisor.
Nas eleições de 2022, o PSDB-DF não conseguiu fazer nenhum deputado distrital, federal ou senador.