Kléber Lima compartilhou foto de deputada após reportagem sobre grampos telefônicos. Janaína Riva (PMDB) registrou queixa contra o secretário.
Por meio de nota divulgada nessa quarta-feira (17), o secretário de Comunicação de Mato Grosso, Kléber Lima, pediu desculpas à deputada estadual Janaína Riva (PMDB) por ter compartilhado uma foto dela de camisola por meio do WhatsApp no último domingo (14), apósexibição de reportagem do Fantástico sobre grampos clandestinos feitos pela Polícia Militar em Mato Grosso.
A parlamentar, uma das vítimas das escutas telefônicas, registrou boletim de ocorrência contra o secretário na Delegacia da Mulherpelos crimes de injúria, difamação e constrangimento moral. Na imagem compartilhada, Lima comentou: “Quem iria invadir a privacidade da ilustre deputada, se ela mesma o faz?!”
A Procuradoria Geral da República investiga se o governador Pedro Taques (PSDB), contra quem Janaina Riva faz oposição na Assembleia Legislativa, sabia da existência dos grampos. A PGR apura ainda de quem partiram as ordens para as escutas.
“Reconheço que a foto não guarda qualquer relação com a denúncia de que a deputada teria sido interceptada ilegalmente – denúncia esta grave, que deve ser apurada com o rigor necessário, como já determinou o governador Pedro Taques, no âmbito do Governo do Estado, e outras autoridades de demais poderes e órgãos de controle”, disse o secretário na nota.
Lima pediu desculpas também a ‘todas as mulheres que se sentiram ofendidas com o fato’ e à Assembleia Legislativa. Porém, diz que não foi ele quem tirou a foto, que não a ‘vazou’ ou publicou, e afirma que não cometeu crime algum.
Procurada, a assessoria da deputada disse que vai manter a queixa feita contra o secretário. Uma audiência entre as partes está marcada para o dia 2 de junho.
Grampos
Mesmo sem indício de participação nos crimes, médicos, jornalistas, advogados, políticos e servidores públicos tiveram os telefones grampeados a pedido da Polícia Militar durante uma investigação sobre PMs que estariam envolvidos com tráfico de drogas. A autorização para a interceptação foi dada pela Justiça.
Além da PGR, que foi acionada pelo promotor Mauro Zaque – que foi secretário de Segurança do governo Taques em 2015 -, também foram abertas investigações internas pela Polícia Militar de Mato Grosso e pelo Tribunal de Justiça do estado.