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    Afastamento da Mesa Diretora da CLDF beneficia Rollemberg

    No mundo dos negócios, há um senso comum de que toda crise vem com grandes oportunidades. Transportado para o momento político do Distrito Federal, o paradoxo pode ser traduzido da seguinte forma: o afastamento da Mesa Diretora da Câmara Legislativa beneficiou o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). Numa só tacada, a Operação Drácon, deflagrada na terça-feira (23/8), tirou do comando da Casa dois fortes opositores ao governador: a presidente, Celina Leão (PPS), e o primeiro-secretário, Raimundo Ribeiro (PPS). Ambos já foram aliados do socialista, mas nos últimos tempos vinham embarreirando as pretensões do GDF no parlamento.

    Para se ter uma ideia de como a vida do Palácio do Buriti foi facilitada na CLDF, um dia após a Justiça decretar o afastamento dos titulares da Mesa Diretora, foram aprovados dois projetos estratégicos para Rollemberg. Um deles, o PL nº 1.108/2016, permitirá ao GDF ampliar financiamentos junto à Caixa Econômica Federal até o valor de R$ 60 milhões. Já o PL nº 1.166/2016 autoriza o governo a abrir crédito suplementar de R$ 525 milhões. Os recursos são provenientes da arrecadação obtida com a venda de ações da Companhia Energética de Brasília (CEB).

    Tudo porque o comando da Câmara Legislativa caiu no colo de um correligionário de Rollemberg. Na segunda-feira (22), o deputado Juarezão(PSB) foi eleito vice-presidente da CLDF no lugar de Liliane Roriz (PTB). A distrital havia renunciado ao cargo no dia 17, horas antes da divulgação dos grampos que deflagraram a crise do Bonde da Propina. Os áudios, feitos por Liliane, sugerem a existência de um esquema de cobrança de “ajuda financeira” de empresários em troca da liberação de recursos.

    Foram justamente essas gravações, entregues ao Ministério Público, que motivaram a Operação Drácon e o afastamento de toda a Mesa Diretora. Dessa forma, a presidência ficou com Juarezão, que agora tem a prerrogativa de pautar os projetos que serão votados.

    E não ficou por aí
    Outro aliado de primeira hora de Rollemberg é o agora primeiro-secretário, Agaciel Maia (PR). Ele é o principal nome do Palácio do Buriti para disputar, em janeiro do ano que vem, a presidência da Câmara Legislativa. A preferência pelo nome de Agaciel se dá pela atuação do distrital a favor do GDF. Nos últimos meses, ele foi um dos fiadores dos interesses palacianos na Casa..

    Os demais integrantes da Mesa podem não ter o mesmo grau de comprometimento com Rollemberg, mas estão longe de serem considerados oposição. O novo segundo secretário, Lira (PHS), diz que não é da base do governador. Até mesmo chegou a perder cargos na estrutura do Executivo. Ainda assim, o distrital de primeiro mandato é sempre lembrado nos convites de reuniões dos aliados.As relações entre Rollemberg e Lira ficaram um pouco estremecidas depois que o distrital propôs a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde (CPI da Saúde), que investiga irregularidades na pasta durante a gestão Agnelo Queiroz (PT) e no governo atual. Mesmo assim, Lira continua a votar e até a defender o governo.

    O novo terceiro-secretário tampouco é obstáculo para os projetos do Executivo que tramitam na Câmara. Rodrigo Delmasso (PTN) se apresenta como independente, mas tem bom relacionamento com o governador.

    No binômio conveniência e oportunidade, o Palácio do Buriti deve acelerar a apresentação de propostas no parlamento. Dois desses projetos precisam ser finalizados antes do envio à CLDF. É o caso do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos).

    Outro assunto que interessa Rollemberg é passar 23 dos 306 hectares doParque Ezequias Heringer para uso da Terracap. Assim, a agência poderá vender as terras. O espaço fica em área nobre, ao lado do ParkShopping. A proposta ainda tramita na Comissão de Meio Ambiente da Câmara Legislativa para ser analisada.

    Corrida contra o tempo
    Tudo o que o GDF conseguir emplacar nesse período de turbulência na Casa será lucro. Até mesmo porque, a saída dos titulares da Mesa Diretora pode ser revertida na Justiça. Além da presidente, Celina Leão, e de Raimundo Ribeiro, foram afastados o agora ex-líder do governo Júlio César (PRB), segundo-secretário; e Bispo Renato Andrade (PR), terceiro-secretário.

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