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    Ibaneis manda reabrir padaria para ressocializar presos

    Papuda reabre padaria para ressocializar presos

    Ela estava inativa havia cinco anos. Ibaneis Rocha ressalta que iniciativa dará dignidade à população carcerária. Produção será usada por rede de fast food

    ARY FILGUEIRA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

    Em 2013, o governador Ibaneis Rocha visitou o Complexo da Papuda como presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) e ficou, naquela ocasião, impressionado com a situação precária dos presos. Seis anos depois, agora na condição de chefe do Poder Executivo do Distrito Federal, ele retorna ao lugar para cumprir uma promessa: dar dignidade àquela população carcerária por meio de programas de ressocialização.

    Na manhã desta terça-feira (17), Ibaneis participou da solenidade de reabertura da Oficina de Panificação no Complexo da Papuda. Por meio dela, 20 presos – capacitados por duas empresárias sócias da rede de restaurantes Giraffas -, começarão a trilhar o caminho de volta para o convívio social.

    Foto: Renato Alves/Agência Brasília

    Eles vão utilizar a estrutura já existente (cuja gestão fracassou nos governos anteriores) da Penitenciária do Distrito Federal (PDF I). Ela é equipada com maquinário industrial capaz de produzir 80 mil pães por dia, que serão comercializados em lojas da própria rede de fast food. Em troca, terão a remissão da pena (um dia a cada três trabalhados).

    G.C., 38 anos, está entre o grupo que foi selecionado para participar desse processo de ressocialização. Condenado a uma pena de 15 anos por homicídio, G. está empolgado com a nova profissão e agradece a oportunidade. “O que o detento precisa é disso. De uma oportunidade”, afirmou.

    O convênio entre a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) com a empresa vai se estender pelos próximos meses. Nessa primeira leva, serão capacitados 40 detentos ao todo. Além da remissão de pena, eles receberão 70% do salário mínimo como pagamento.

    Parceria social

    Para o governador Ibaneis, a parceria é a melhor forma de a sociedade colaborar com a gestão de seu governo. “Aqui, na Papuda, temos 17,4 mil pessoas morando. O presidente Jair Bolsonaro encaminhou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso extinguindo municípios com menos cinco mil habitantes. Só que num município tem prefeito, juiz, secretários e uma câmara de vereadores para cuidarem. Aqui só tem o Adval Cardoso (subsecretário do Sistema Penitenciário) e a doutora Leila Cury (juíza da Vara de Execuções Penais)”, comentou ele.

    “Então, imagine a dificuldade para se administrar um sistema desses. A dificuldade resulta nos números, que alertam: se não investirmos em ressocialização, vamos ter muitas reincidências”, reiterou Rocha.

    A declaração do governador é endossada pelo secretário de Justiça e Cidadania, Gustavo Rocha: “Não adianta ter políticas de segurança pública sem pensar em ressocialização. Vão voltar num número cada vez maior”.

    Segundo o secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública, Alessandro Moretti, 70% dos presos acabam reincidindo no crime. “Esse é um importante passo para a gente devolver essas pessoas à sociedade, e recuperadas”, destaca.

      Histórico

    A oficina de panificação na Penitenciária I do DF foi inaugurada pela primeira vez em março de 2014, com investimentos de cerca de R$ 2 milhões, provenientes da Funap e da Secretaria de Segurança Pública. As gestões anteriores, no entanto, não conseguiram fazê-la funcionar de forma eficiente. “A  expectativa seria contratar 40 reeducandos e produzir 80 mil pães/dia”, explica a diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins. “Entretanto, por uma questão de gestão, a Fundação não conseguiu manter o fornecimento de insumos”, conta ela.

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