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    Médicos faltam a plantão no DF para cobrar horas extras, diz sindicato

    Médicos faltam a plantão no DF para cobrar horas extras, diz sindicato
    Na Asa Norte e no Paranoá, emergências ficaram lotadas durante o dia.
    Pagamentos estão garantidos e ausências serão apuradas, afirma GDF.
    Mateus Rodrigues
    Do G1 DF

    Pacientes que foram à emergência dos hospitais regionais da Asa Norte e do Paranoá, no Distrito Federal, neste sábado (15) encontraram salas de espera lotadas e a informação de que “não havia previsão de atendimento”. Até as 15h30, nenhum médico da área de clínica geral havia aparecido no pronto-socorro da Asa Norte para dar início às consultas. De acordo com o Sindicato dos Médicos, parte dos profissionais parou porque o governo não pagou as horas extras do mês de agosto.
    O GDF nega o atraso. “O prazo foi fixado para o dia 24 de novembro, e o dinheiro vai ser depositado. São R$ 22 milhões em horas extras, e vão ser pagos normalmente como sempre foram pagos nos últimos 20 anos”, afirma a secretária de Saúde, Marília Coelho Cunha.

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    De acordo com a pasta, médicos abandonaram o plantão na madrugada e apresentaram atestados. Os documentos serão investigados pela Corregedoria da Saúde. “Não é possível ter quatro profissionais afastados no mesmo dia. Fica um médico assinando atestado para outro, é um absurdo”, diz Marília.
    Para sanar a ausência dos médicos, o diretor do hospital da Asa Norte teria se deslocado à unidade para atender no pronto-socorro. Já no Paranoá, profissionais extras fizeram prestaram o serviço. Segundo a secretaria, o plantão de especialidades funcionou em escala normal durante todo o sábado e os pacientes de clínica médica foram atendidos no fim da tarde.
    ‘Desrespeito’
    A contadora Sarita Lemos, de 36 anos, foi ao hospital da Asa Norte no início da tarde para acompanhar o vizinho Antônio Lins, de 93 anos, que apresentava falta de ar, tosse e tontura. Depois de uma hora na sala de espera, ela ainda não tinha recebido nenhuma informação.
    “É um desrespeito incrível, não quiseram nem fazer a ficha médica. Não passaram nenhuma informação, não deram prazos. Estávamos saindo daqui para o Hospital de Base, mas fomos desaconselhados por outra pessoa doente, que foi para lá e teve que voltar”, afirmou.
    Sarita disse ter ouvido dos funcionários na recepção que o motivo para a ausência de médicos era a falta de pagamento. “Me perguntaram, na cara dura: ‘você trabalharia de graça num sábado?’ Eles não dizem que está vazio, e sim que não vão atender. E se não fazem a ficha de chegada, não há como provar que a gente veio aqui”, declarou.
    Os servidores no local disseram à reportagem do G1 que não havia médicos parados dentro da unidade. Um recepcionista que preferiu não se identificar afirmou que parte da equipe não havia comparecido e que, por isso, não “adiantaria nada” preencher fichas de pacientes.
    A filha de Antônio, Maria Alda, conta que o pai começou a passar mal há seis dias (veja depoimento acima). Ele foi atendido no Hospital da Asa Norte no fim de semana anterior, quando médicos identificaram uma infecção urinária. Desde então, o quadro piorou.
    “Ele está com dificuldade para respirar, foi uma dificuldade para chegar aqui. Não quero voltar com ele nesse estado, sem atendimento”, diz.

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    Fachada da emergência do Hospital Regional da Asa Norte, no DF (Foto: Mateus Rodrigues/G1)

    Horas extras
    Segundo o sindicato, o pagamento de horas extras está comprometido desde setembro, quando começou a ser feito em folha suplementar e não no contracheque normal. A insegurança teria aumentado, afirma a organização, com o atraso no pagamento deste mês (relativo a setembro) e a proximidade do fim da gestão de Agnelo Queiroz.
    A entidade de classe cita como “agravante” um decreto assinado pelo governador no último dia 28, que proíbe despesas adicionais para os órgãos de governo.
    Marília diz que o medo dos servidores de não receber os pagamentos em dia não se justifica, porque o governo já ofereceu garantias. “Estamos tomando todas as precauções para que não falte dinheiro em caixa. Os coordenadores das regionais estão cientes, a equipe de transição está ciente.”
    A secretária afirma que o governo contratou 17 mil servidores para a saúde nos últimos quatro anos, mas diz reconhecer que ainda há um déficit no setor. “Temos vagas em aberto, e é por isso que eu preciso pagar hora extra. Só em setembro, 200 pediatras se aposentaram na rede pública.”
    Na sexta-feira (14), o governo também negou que deixaria dívidas na área de educação. O risco de um “calote” foi levantado pela equipe de transição do governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB), em relação ao pagamento de salários, abonos e férias dos professores entre dezembro e janeiro.

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