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    EXCLUSIVO: Metrô-DF Arruda e o suspeito contrato de R$100 milhões por ano

    rorizCPIDefinitivamente não dá para levar José Roberto Arruda a sério. Conseguiu enganar meio mundo  ao assumir o mandato de governador do DF em janeiro de 2007 prometendo “seriedade e transparência”. Somente quem o conhece bem de perto, sabe de suas peripécias para se sustentar no poder.

    E foi assim, montando uma fantástica engenharia política que Arruda chegou ao Buriti em 2007, com a importante ajuda financeira de um fabuloso esquema de corrupção que posteriormente ficou nacionalmente conhecido como Caixa de Pandora.

    Arruda foi inventado por Joaquim Roriz, em 1991, quando convidou o jovem engenheiro da CEB para assumir um cargo no GDF. Foi secretário da Casa Civil e secretário de Obras, quando teve intensa atuação na implantação do Metrô no Distrito Federal no primeiro governo rorizista.

    arruda e rorizArruda ganhou holofotes, aplausos, poder, dinheiro e influência. Estava sendo moldado para ser o sucessor de Roriz. Tentou, mas não conseguiu. Foi senador e teve de renunciar ao mandato após o escândalo do Painel do Senado. Pediu perdão à população e voltou como deputado federal. Conseguiu se eleger governador do DF em 2006 e deixou o cargo em 2010 após a deflagração da Operação Caixa de Pandora que revelou o milionário esquema de corrupção encravado na estrutura de seu governo.

    Mesmo assim, Arruda e seu fiel aliado, Domingos Lamoglia, conseguiram realizar alguns bons negócios. A grande suspeita é a assinatura do milionário contrato com uma empresa prestadora de serviço no Metrô-DF…

    Confira algumas matérias publicadas pelo Blog, e veja também a grande omissão por parte dos deputados distritais que se calaram acerca do tema ‘Superfaturamento no Metrô-DF’:

     

    Superfaturamento de cartel do trem teria chegado a R$ 577 milhões

    Conforme reportagem do jornal O Estado de São Paulo, os governos de São Paulo e do Distrito Federal teriam gasto 30% a mais em contratos supostamente fraudados

    Os governos de São Paulo e do Distrito Federal podem ter gastado até 30% a mais, ou R$ 577,5 milhões, em cinco contratos suspeitos de serem alvo de cartel entre empresas nacionais e estrangeiras do setor metroferroviário, conforme reportagem publicada neste sábado pelo jornal O Estado de São Paulo.

    A suposta fraude foi denunciada pela alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Documentos obtidos pelo jornal mostram que, com o esquema, esses contratos chegaram a R$ 1,925 bilhão (em valores atualizados).

    A reportagem do Estado de São Paulo procurou as empresas, mas só nove das 20 se manifestaram. Em nota, a Siemens informou que, desde 2007, faz esforços para aprimorar sua administração e coopera integralmente com as investigações. Ao todo, 44 executivos – de presidentes a gerentes – de empresas de 11 países foram acusados de participação nas tratativas mantidas para impedir que a disputa dos contratos levasse à prática de preços menores do que os oferecidos pelas empresas.

    De acordo com documentos da Siemens que embasaram a reportagem, o grupo se considerava blindado por pelo menos um de seus contratantes: a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A suspeita é de que agentes públicos tenham recebido propina das empresas para fazer vista grossa ao cartel durante os governos dos tucanos Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006) e José Serra (2007-2010).

    Os papéis da Siemens mostram que um de seus executivos manteve um diário no qual escreveu, em 8 de julho de 2002: “Enquanto a Alstom mantiver seu preço acima do preço da Siemens, e a CPTM bloquear qualquer ataque, a Siemens será vencedora.” Trata-se de referência direta à negociação para a divisão entre as empresas dos contratos para a manutenção de trens S2000, S2100 e S3000.

    Além deles, a lista de licitações viciadas inclui o fornecimento de material para a Linha 2-Verde do Metrô no trecho Ana Rosa-Ipiranga, para a Linha 5-Lilás no trecho Largo 13-Santo Amaro, para a manutenção dos trens s2000, s2100 e s3000, para a manutenção de trens do projeto Boa Viagem (CPTM, contrato de R$ 276 milhões) e para a manutenção de trens do Distrito Federal. Em um sexto caso – a manutenção de trens dos projetos 320 e 64 da CPTM -, a ação do cartel só não deu certo porque a espanhola CAF, uma das acusadas, não chegou a um acordo, ganhando as licitações com preço menor.

    Funcionários. A ação do cartel ainda se estendeu aos contratos da Linha 4-Amarela do Metrô. O acerto entre as empresas começou depois de a Siemens conseguir contratar dois funcionários da multinacional francesa Alstom.

    Segundo documento da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, os dois funcionários “possuíam formação técnica relacionada a serviços de manutenção de trem e metrô e, à época da licitação, trabalhavam na manutenção do Metrô DF, serviço que era prestado pela Alstom, IESA E TCBR”. Como o edital exigia “que o licitante vencedor apresentasse qualificações”, que eram detidas pelos dois funcionários, a Alstom teve de entrar em acordo com a Siemens. Em troca, a empresa alemã seria subcontratada nos trechos 1 e 2 da Linha 4.

    O acordo entre as empresas previu que dois consórcios disputassem o contrato. Deveriam oferecer preços entre 94,5% e 95% do valor previsto pelo governo do Distrito Federal. Quem vencesse subcontrataria o perdedor em até 48% do contrato, que ficou na época em R$ 77,3 milhões (R$ 103,4 milhões atuais).

    Além de e-mails e do diário do executivo da Siemens, o Cade, os procuradores da República e os promotores do Ministério Público Estadual têm em mãos os depoimentos de seis executivos da empresa alemã, que confessaram a prática de cartel de 1998 a 2008.

    O primeiro contrato dividido entre as empresas foi o da Linha 5-Lilás, contratado pela CPTM. O acerto entre elas foi feito em reuniões no escritório da Mitsui e da TTrans, em São Paulo. Entre os dias 1.º e 6 de junho de 2000, formou-se o consórcio Sistrem. Ele reunia todas as empresas que haviam sido pré-qualificadas pela CPTM para fornecer o material ferroviário ao governo. As empresas decidiram quais os preços que cada uma apresentaria.

    Assim também foi feito na primeira licitação de manutenção de trens: os vencedores foram o consórcio Cobraman (Alstom, a canadense Bombardier e a CAF), que obteve o contrato para os trens S2000; a Siemens (trens s3000); e o consórcio Consmac (s2100), formado por Alstom e CAF, que subcontratou a Bombardier, a japonesa Mitsui e a chilena Temoinsa

    A atual diretoria do metrô do Distrito Federal afirmou que o processo de licitação que está sendo investigado ocorreu nos governos anteriores. Teve início em 2005, na gestão de Joaquim Roriz, então do PMDB, e foi assinado em 2007, no governo de José Roberto Arruda, então do Democratas.  As assessorias dos dois ex-governadores negaram que eles soubessem de irregularidades.

    Entretanto, não é bem assim. Afinal, é notório que o PT pediu, ainda no primeiro mandato de Roriz,  a CPI do Metrô. Arruda, que era secretário de Governo de Roriz, entrou em campo e conseguiu retirar as assinaturas do pedido de instalação da CPI do Metrô no Congresso Nacional. Afinal, tinham medo de quê?

    Arruda, naquele tempo, pessoalmente conversou com dois superintendentes de Shoppings da cidade na intenção de fechar uma parceria que fosse  ‘rentável’ a ambos. Um Shopping não topou. Consequência: deixou de ter uma estação do Metrô. Já o outro, é outra história.

    Bem mais adiante, houve suspeitas até mesmo sobre o primeiro concurso para o Metrô-DF. Afinal, muita gente ligada ao governo Roriz passou no concurso…

    Posteriormente, este Blog publicou o seguinte post:

    PROCESSO SIGILOSO NO TCDF

    Postado por: Donny Silva 13/05/2010 em Notas I  

    O  Processo nº 38193/2009 é uma caixinha de pandora que logo revelará novos esquemas no Metrô/DF.  Em março de 2010, foi feito o encaminhamento à Presidência do TCDF, de  cópia de denúncia recebida pelo Ministério Público de Contas, encaminhada pelo Coordenador Geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal – SINDMETRO/DF.

    É nitroglicerina e corre em sigilo no Tribunal de Contas do DF.

     

    VEJA OUTROS POSTS PUBLICADOS PELO BLOG DO DONNY SILVA EM 2009, 2010 e 2011. Apesar das matérias, nenhum deputado quis investigar o fato…

    ALSTOM NO DF

    18/04/2011

    Nenhum deputado distrital quis saber de investigar o contrato milionário celebrado entre a Alstom e o Metrô-DF. Também os distritais não quiseram saber o que pensa o Tribunal de Contas do Distrito Federal sobre o caso. A CLDF só investiga o que quer, quando quer e quando for politicamente ‘conveniente’. Leia Mais »

    STJ INVESTIGA CONSELHEIRO DO TCSP SUSPEITO DE TER RECEBIDO PROPINA DA ALSTOM

    18/04/2011

    STJ ABRE INVESTIGAÇÃO SOBRE CONSELHEIRO DE TRIBUNAL DE CONTAS O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, deve ser investigado sob suspeita de ter recebido propina da Alstom, de acordo com documentos obtidos pela Folha. Ele só pode ser investigado em processos criminais pelo STJ por ser conselheiro … Leia Mais »

    ALSTOM E SIEMENS TERIAM FEITO ACORDO NO DF, DIZ FONTE

    15/02/2011

    Multinacionais entraram na disputa pelos serviços de manutenção do Metrô Gilberto Nascimento, do R7 Em Brasília, a Alstom e a Siemens teriam feito acordos durante a disputa pela obtenção dos serviços de manutenção do Metrô, segundo a testemunha F., contatada pelo R7, que afirma ter acompanhado de perto contratos firmados pelas duas multinacionais com empresas públicas. F., que se mantém … Leia Mais »

    ALSTOM NO DF

    15/02/2011

    RELEMBRE AQUI, reportagem feita pela revista Carta Capital, em sua edição de agosto de 2009, envolvendo políticos e a empresa francesa Alstom. Confira e veja que autoridades do DF ignoram fatos graves e sérios. No DF, só se investiga o que se convém. E fica a pergunta: os distritais sabem de quanto é o contrato da Alstom celebrado no governo de … Leia Mais »

    DINHEIRO ANTES, CATÁSTROFE DEPOIS

    12/11/2010

    Com referência ao escândalo que envolve o Hospital de Santa Maria, o que posso dizer é que já era esperado. Aliás, do governo de José Roberto Arruda e de Domingos Lamoglia, foram deixadas algumas ‘bombas’ que começaram a explodir em 2010, como por exemplo, os contratos do SLU celebrados com empresas envolvidas em suspeita de superfaturamento, o contrato feito entre … Leia Mais »

    ARRUDA AJUDA EMPRESA ENVOLVIDA EM DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO A GANHAR CONTRATO BILIONÁRIO NO DF; DEPUTADOS SE CALAM SOBRE A ALSTOM

    14/09/2009

    Único governador eleito do DEM no Brasil nas últimas eleições, José Roberto Arruda é realmente uma figura emblemática. O governador do DF tem um discurso moralista perfeito aos ouvidos do Ministério Público, mas na prática, o governo do DEM não tem escrúpulos quando o assunto envolve contratos. E não importa com quem. Senão vejamos os fatos: Arruda mandou fazer o … Leia Mais »

     

    De volta aos dias atuais, a direção do Metrô-DF informou que a licitação sob suspeita foi realizada há cinco anos e foi aprovada pelo Tribunal de Contas do DF na época. O órgão acrescentou ainda que, se houve alguma irregularidade na concorrência, ela foi operada unicamente pelas empresas que participaram da licitação.
    A concorrência foi vencida pelo consórcio Metroman, responsável pela manutenção do metrô desde então. O consórcio recebe cerca de R$ 100 milhões por ano do governo pelo serviço.

    Que tal a Câmara Legislativa do DF abrir a CPI do Metrô para investigar o caso? É bom lembrar que Arruda fez de tudo para evitar a CPI do Metrô-DF ainda nos anos 90… O que teria a esconder?

     

    Fonte: Donny Silva

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