Evento da Rede Feminina e do Sírio-Libanês, com apoio do IgesDF, promove diálogo, acolhimento e troca de experiências sobre autocuidado e bem-estar
Por Giovanna Inoue
“A gente não consegue mudar o destino de vocês, mas podemos ajudar a enfrentá-lo”. A frase, dita por Larissa Bezerra, coordenadora da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, marcou o início de um encontro repleto de afeto, escuta e partilha. A Tarde Rosa, realizada nesta quinta-feira (30), no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), reuniu pacientes e profissionais em bate-papos e atividades lúdicas voltadas à saúde e ao bem-estar. O evento oferece um cuidado que vai além do tratamento físico, valorizando também a espiritualidade e a saúde mental.
A iniciativa é fruto da parceria entre a Rede Feminina e o Hospital Sírio-Libanês, com apoio do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF). A colaboração, iniciada em outubro de 2022, promove doações de exames para pacientes cadastradas na associação e ações de educação em saúde, como palestras e rodas de conversa.
Em sua quarta edição, o tema deste ano foi “Cuidar é mais do que tratar”, com foco no autocuidado. Palestras sobre saúde mental, espiritualidade, sexualidade e empreendedorismo foram conduzidas por profissionais do Sírio-Libanês, que compartilharam experiências e conhecimentos com as participantes.
Larissa explica que a proposta nasceu do desejo de democratizar o acesso a temas sensíveis, em um ambiente acolhedor onde as pacientes possam se expressar livremente e se reconhecer nas histórias umas das outras.
“Sempre que realizamos a Tarde Rosa, esperamos que as pessoas saiam daqui se conhecendo mais, confiantes e encorajadas a lutar. Nossas armas contra o câncer sempre serão o amor e a solidariedade”, afirma.
A gerente administrativa do HBDF, Marina Rocha, destaca que a Tarde Rosa encerra com chave de ouro as ações do Outubro Rosa. “É sempre um prazer participar de iniciativas como essa, fundamentais para reforçar a importância da prevenção e da conscientização sobre o câncer de mama”, observa.
Parceria e acolhimento
Segundo a coordenadora de responsabilidade social do Sírio-Libanês, Talita Marques de Aquino, os temas da Tarde Rosa são definidos a partir das dúvidas e demandas das próprias pacientes. “Neste ano, pensamos em ir além do tratamento físico e cuidar também da parte mental, que fica muito abalada com o diagnóstico. Queremos que elas saiam daqui mais generosas consigo mesmas, fortalecidas e conscientes de que a vida continua e que ainda há esperança”, ressalta.
Entre as palestrantes estava Suelen Medeiros de Macedo, coordenadora da equipe de cuidados paliativos do Sírio-Libanês. Ela abordou a importância da espiritualidade no cotidiano. “Momentos de integração como este e a construção de uma rede de apoio são essenciais para que as pacientes enfrentem o tratamento com mais força, presença, propósito e fé”, explica.
Maria Ivonete Alves da Silva, paciente em tratamento contra o câncer de mama, participou pela terceira vez da Tarde Rosa. “Não perco, venho todos os anos”, diz com entusiasmo. Ela conta que, após o diagnóstico, chegou a se isolar e sentia vergonha, mas o contato com a Rede Feminina e com outras pacientes a ajudou a enfrentar a doença com coragem. “É isso que a gente busca sempre: no meio da dor e do desespero, causar sorrisos”, completa Larissa.
Resultados da parceria
Desde o início da parceria entre a Rede Feminina e o Sírio-Libanês, 255 pacientes da rede pública de saúde já foram atendidas no hospital, que é filantrópico. No total, 434 exames foram realizados, entre tomografias, mamografias, ultrassons de mama e transvaginais, números que refletem o compromisso das instituições com a promoção da saúde e do cuidado integral.
