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    No DF: Eleição da presidência da Câmara Legislativa, o enigma de Rollemberg

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    A semana política no Distrito Federal, apesar das festividades natalinas, promete ser agitada. E como promete
    A pauta da vez é a eleição para a Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que ocorrerá na primeira sessão legislativa de 2015, dia 1º. de janeiro, imediatamente após a posse dos 24 deputados eleitos para a nova legislatura…

    Muitas negociações, contas e confabulações aconteceram desde o resultado das eleições de outubro deste ano, no entanto, tradicionalmente, os últimos dias que antecedem a votação são aqueles que, de fato, definem o nome do novo presidente e dos demais membros da Mesa Diretora do legislativo local.

    Considerando que o início da próxima legislatura coincide também com o começo do novo governo recém eleito, soam razoáveis as especulações sobre as preferências nutridas pelo novo governador para presidir a Câmara Legislatura. Entretanto, desta feita, a velha prática da interferência de um poder sobre o outro, especialmente do executivo sobre o legislativo, aparentemente corre o risco de não prosperar.

    Rodrigo Rollemberg já deu sinais inequívocos de que está muito pouco disposto a ouvir e atender os deputados distritais, haja vista o anúncio de seu secretariado. Até agora nenhum deputado foi convidado a assumir uma pasta no novo governo. E os suplentes desses? O governador foi cirúrgico. Aparentemente escolheu quem bem quis, sem fazer conta de agrado para aqueles que quase se elegeram. Perderam a eleição, pediram votos para Rollemberg, porém não tiveram o reconhecimento esperado. Para não ser injusto, a suplente Leila do Vôlei,integrará o primeiro escalão do governo socialista, no entanto, ao que parece, nada tem a ver com seus mais de 11 mil votos recebidos dos brasilienses, mas, exclusivamente por sua história de sucesso como atleta e mais recentemente com seu trabalho social e também como dirigente esportista. Sem dúvida, Leila merece o respeito, a confiança e a esperança do povo de que fará um belo trabalho a frente da secretaria de esportes.

    Em que pese à aparência de que paira um ar pesado entre o governador Rollemberg e os deputados distritais, algumas pessoas que terão posição de relevância no futuro executivo local, garantem que o governador já conta 13 parlamentares distritais dispostos a votar no candidato a presidência da Casa de sua preferência.

    Porem, por enquanto, reside uma única dúvida: quem é o preferido de Rollemberg?

    A deputada Celina Leão expôs muito cedo suas legítimas pretensões pela disputa da presidência. Cresceu eleitoralmente; engrossou fileiras com Rollemberg quando este apresentava índices sofríveis nas pesquisas de opinião. Seria um nome natural, entretanto, parece que suas chances diminuem a cada dia, exatamente por ter se lançado muito precocemente como candidata. Abriu flanco para o fogo amigo e o inimigo.

    Cresceu a cotação do deputado Raimundo Ribeiro. Cresceu muito nesses últimos dias. Com perfil político equilibrado, Ribeiro tem a seu favor a experiência pública, a relação cordial e de respeito com os deputados eleitos e a simpatia e confiança do futuro governador. Filiado ao PSDB, Ribeiro, parece adotar a conhecida postura tucana de não entrar em bola dividida, o que se prova até então. O deputado não dá qualquer demonstração pública de que pleiteia o cargo, no entanto, nos bastidores o seu nome se mantêm forte em todas as rodas políticas da cidade.

    Correndo por fora, mas não como azarão, e sim como o grande curinga da disputa, o atual presidente da Casa, deputado Wasny de Roure, tem tudo para ser novamente eleito. Apesar de ser um dos representantes petistas, Wasny já vem dando sinais claros de que não compartilha em nada com a empunhadura da bandeira oposicionista acenada pelo líder do PT, Chico Vigilante, que ao que tudo indica, deverá fazer esse discurso sozinho no partido.

    Obedecendo a lógica da forma com que o governador Rollemberg vem se relacionando até agora com os deputados distritais, a eleição de Wasny de Roure seria de uma normalidade sem precedentes. Primeiro, porque o governador daria uma demonstração de que não estaria interferindo em assuntos de competência exclusiva do próprio legislativo, apesar de ser sabido que De Roure anda em alta conta com ele, e depois, porque fugiria de um eventual desgaste pela derrota de um candidato formalmente por ele apoiado, que, nessa condição, teria a obrigação de unir os diversos blocos parlamentares que já se formaram, e que até agora não receberam, e pelo jeito não se sabe se receberão por quem de direito, o sinal para convergência com os caminhos do futuro governo.

    Ainda falta pouco mais de uma semana para que conheçamos o nome do novo presidente da Câmara Legislativa, e como já havia escrito um pouco antes, a eleição da Mesa tradicionalmente se resolve em “cima do laço”. Portanto, os favoritos de hoje poderão nem chegar à disputa, e os aparentemente esquecidos no momento podem chegar lá. Nesse contexto, minutos são dias, horas são meses, dias são anos e uma semana é quase uma eternidade.

    Fonte: Portal Politiquês, por João Zisman

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    Deve ler

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