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    E O CASO DA MALA COM R$ 104 MIL? “SUPOSTA PROPINA DERRUBA SECRETÁRIO DO DF”

    E o caso do dinheiro encontrado numa mala com R$ 104 mil? Confira estas duas reportagens publicadas em março de 2010.

    Fonte: Jornal de Brasília 20/03/2010

    Apontado como suposto beneficiário de um novo esquema de pagamento de propina investigado pela Polícia Civil, o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal, Flávio Lemos, foi demitido do cargo pelo governador em exercício Wilson Lima (PR) na última sexta-feira, ato que será publicado segunda, no Diário Oficial do Distrito Federal.
    De acordo com a assessoria de comunicação do governador, a exoneração não entra no mérito das acusações feitas a Flávio Lemos, nem se refere à veracidade da denúncia. “Apenas atende a uma postura que vem sendo tomada em todas as investigações sobre corrupção no GDF, num momento delicado para a política de Brasília”, disse o assessor de imprensa do GDF, André Duda. “O governador vai decidir sempre assim, até para que a pessoa possa se defender fora do cargo”, acrescentou André Duda.
    O fato que provocou a saída de Lemos foi a prisão, na última terça-feira, de Gilson Matos, surpreendido no seu carro com R$ 104 mil em dinheiro. Policiais civis chegaram a ele a partir de uma denúncia anônima. De acordo com essa informação, o montante seria destinado a pagamento de propina ao secretário de Justiça.
    Gilmar Matos foi abordado na EPTG por volta das 18h. Segundo a Policia Civil, Gilson Matos se identificou como representante da entidade Casa da Harmonia do Menor Carente, que tem contrato de terceirização de serviços com o GDF para atender os internos do Centro de Internação de Adolescentes Granja das Oliveiras (Ciago). Foi liberado após prestar depoimento a agentes da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deco). Os R$ 104 mil foram apreendidos.
    O presidente da Casa da Harmonia do Menor Carente, Luiz  Gonçalves de Jesus, de 76 anos, disse ontem que Gilson Matos é consultor da entidade e profissional “talentoso”. Segundo ele, a entidade,  sediada no Cruzeiro Velho, atua sem fins lucrativos. “Estou com a consciência limpa. Nunca fiz nada de errado”, assegurou.
    “Eles me procuraram para entrar na licitação e garantiram que não haveria despesa. Portanto, achei interessante. Faz muitos anos que nos dedicamos a essa missão de cuidar de delinquentes, tarefa que não é fácil”, explicou o presidente da Casa da Harmonia.
    Luiz Gonçalves justificou que ontem estava descansando numa chácara e que, por esse motivo, não estava de posse dos contatos do consultor Gilson Matos e de outros dirigentes da Casa da Harmonia. “Os telefones estão no escritório”.
    Flávio Lemos, considera-se vítima de uma armação que teria como pano de fundo uma disputa interna por cargos no GDF. “Eles tinham interesse de me tirar da secretaria, mas não havia motivo. Usaram esse episódio para me tomar o cargo de forma leviana. Fiquei muito triste com a atitude do governador Wilson Lima”, afirma.

    Também em 20 de março de 2010, o Correio Braziliense publicou a seguinte matéria:

    Suposta propina derruba secretário do DF

    Ana Maria Campos

    O representante de uma empresa que presta serviços à Secretaria de

    Justiça, Direitos Humanos e Cidadania foi detido na última

    quarta-feira no estacionamento do Centro Administrativo de Taguatinga,

    o Buritinga, com uma mala contendo R$ 104 mil em cédulas escondidas em

    fundo falso de seu carro. A Polícia Civil do Distrito Federal chegou

    ao local no momento em que um homem identificado como Gilson Matos

    deixava o prédio onde funciona parte do governo local graças a uma

    denúncia anônima de que o dinheiro seria destinado ao titular da

    pasta, Flávio Lemos de Oliveira.

    O governador em exercício, Wilson Lima (PR), foi informado do episódio

    e convocou ontem o secretário para uma conversa. Flávio Lemos negou

    relação com o negócio. Ao prestar depoimento à Divisão Especial de

    Combate ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil, o representante

    da empresa Casa da Harmonia, que tem contrato para prestação de

    serviços com o Centro de Internação de Adolescentes Granja das

    Oliveiras (Ciago), também negou que tivesse relação com o secretário.

    O caso será investigado pela Divisão Especial de Repressão aos Crimes

    contra a Administração Pública (Decap) da Polícia Civil do DF. Os

    policiais encarregados do caso avaliam que será possível rastrear onde

    e quem sacou o dinheiro que tinha o papel de identificação do banco.

    Por causa da denúncia, Wilson Lima decidiu demitir o secretário. De

    acordo com o assessor de imprensa do GDF, André Duda, a exoneração

    será publicada no Diário Oficial do DF da próxima segunda-feira.

    Indicado pelo deputado distrital Alírio Neto (PPS), Flávio Lemos

    assumiu a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania em 2 de

    dezembro do ano passado, quando José Roberto Arruda ainda era o

    governador. Ele ocupava o cargo de secretário-adjunto da pasta, até

    então chefiada por Alírio, que na ocasião deixou o governo e reassumiu

    seu mandato de deputado distrital pelo PPS.

    Gilson Matos foi detido apenas para prestar depoimento na Deco e, em

    seguida, liberado. O dinheiro, no entanto, está apreendido e

    depositado numa conta judicial. Por supostamente envolver um

    secretário de Estado, a denúncia seguiu para o Núcleo de Combate às

    Organizações Criminosas (Ncoc) do Ministério Público do Distrito

    Federal, que tem auxiliado as investigações da Procuradoria-Geral da

    República relacionadas à Operação Caixa de Pandora.

    A Casa da Harmonia é uma empresa terceirizada que administra o Ciago,

    centro educativo para reabilitação de jovens infratores. O secretário

    de Justiça disse ao Correio considerar “estranho” que essa denúncia

    anônima ocorra agora que ele toma medidas duras em sua pasta, como a

    retomada pelo Poder Público da administração dos cemitérios de

    Brasília e de moralização dos serviços no Ciago. Flávio Lemos teria

    mudado a direção do centro herdada de administração anterior, de

    Raimundo Ribeiro (PSDB). “Isso é uma represália. Se for preciso,

    represento contra o governador”, afirmou Lemos ontem à noite. Alírio

    Neto é um dos nomes cotados para a disputa na eleição indireta para

    escolha do novo governador do Distrito Federal. Entre os deputados no

    páreo estão ainda Wilson Lima e Eliana Pedrosa (DEM).

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    Deve ler

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