Data relembra massacre na China
No dia 31 de julho, o Deputado Thiago Manzoni (PL- DF) apresentou o projeto de lei 19087/2023, que institui o “Dia da Memória das Vítimas” do comunismo no calendário de eventos do Distrito Federal. A data de 4 de junho foi escolhida por ser o dia em que o mundo relembra o massacre na Praça da Paz Celestial, que consistiu na repressão do governo da República Popular da China às manifestações populares pacíficas ocorridas em Pequim no ano de 1989, por meio do emprego da força militar. A ofensiva matou cerca de 2 mil civis.
Desde o início do século XX, a humanidade pode observar diversas experiências comunistas serem empreendidas ao redor do mundo. Debaixo do manto da busca pela igualdade social e pelo “fim da exploração econômica do capital sobre os trabalhadores”, diversos regimes ascenderam ao poder e proporcionaram verdadeiros massacres à sua população. “Foi assim no Regime do “Khmer Vermelho” no Camboja, em que, em busca de “uma utopia agrária comunista”, aproximadamente um quarto da população foi morta em apenas quatro anos de governo. Outro exemplo é o genocídio promovido pelo ditador comunista Stalin, na extinta União Soviética, que, de 1932 a 1933, provocou a morte de quase 4 milhões de ucranianos, no que ficou conhecido como “Holodomor”, aponta trecho do projeto.
Situação semelhante ocorreu na China de Mao, em que, entre a década de 50 e 60, aponta-se que quase 45 milhões morreram de fome. Já no final da década de 1980, o massacre na Praça da Paz Celestial vitimou milhares de pessoas quando o exército chinês abriu fogo contra cidadãos que, pacificamente, protestavam contra o regime.
Apesar de tamanha barbárie, ainda há quem, nos dias atuais, defenda regimes semelhantes a esses e apoie ditaduras que violam reiteradamente os direitos humanos, como Cuba, Venezuela, Coreia do Norte e Nicarágua. “Por esse motivo, propomos a presente proposição que tem como objetivo instituir uma data anual destinada a gerar reflexão na sociedade por todas as mortes causadas por regimes baseados nessa ideologia, de modo que, de nenhuma maneira, o Brasil seja alcançado por esse mal”, justifica Manzoni.
Na semana da data comemorativa, o Poder Público poderá organizar atividades que proporcionem reflexão acerca dos danos à humanidade causados pelas ditaduras comunistas ao longo da história.
*Sobre o massacre na Praça da Paz Celestial*
Segundo informações da BBC News, até hoje, a censura e a ausência de qualquer relatório oficial impossibilitam saber quantas pessoas morreram naquela madrugada. Relatos de jornalistas estrangeiros que presenciaram o massacre indicam que houve de 2 mil a 3 mil mortes.
As manifestações que sacudiram Pequim e várias outras cidades na primavera e no verão de 1989 foram iniciadas após o falecimento, em abril, do dirigente marginalizado do Partido Comunista Hu Yaobang, advogado do liberalismo econômico e político.
Um protesto espontâneo de luto público, encabeçado por estudantes, transformou-se rapidamente em extensas manifestações que ocuparam as ruas, demandando que sua reputação fosse restaurada e que seu legado fosse homenageado com reformas democráticas para a liberdade de imprensa e o término da corrupção no governo.
Foto: Jeremias Alves