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    A ANARQUIA SEXUAL COMO MEIO REVOLUCIONÁRIO

    Miguel Lucena*

    Uma parlamentar brasiliense prestou um grande serviço à população ao revelar as intenções da chamada ideologia de gênero, oriunda das formulações da norteamericana Judith Bluter, 61 anos. É de lá que surge também a novilíngua, a mudança das palavras pelo dicionário do politicamente correto, imposto a partir de reprovações públicas e sanções penais aos que não se enquadram no palavreado dominante.
    Ao argumentar na defesa da ideologia de gênero, a deputada, com sua conhecida erudição, recorreu a uma das obras de Marx e Engels, A origem da família, da propriedade privada e do Estado, escrita em 1884 por Engels a partir de anotações deixadas por Marx, já falecido.
    Note-se que Marx e Engels recorreram aos estudos de outro nortemarericano, o antropólogo Lewis H. Morgan, autor da obra Ancient Society, de 1877, considerado como um dos primeiros grandes trabalhos sobre economia familiar.
    Nos primórdios, as pessoas viviam em grupos promíscuos, em que irmãos se relacionavam sexualmente com irmãs, pais com filhas e vice-versa, o que resultava em seres frágeis e doentes, sem contar com as brigas e mortes entre pais e filhos para ver, como animais, quem era o macho dominante.
    Superada a forma promíscua, veio a família Punaluana – associação, casamento em grupos, com a proibição gradativa do incesto, o que permitiu, nesse início de matrimônio, que as sociedades se desenvolvessem mais rapidamente.

    Desenvolveu-se, na sequência, a família Sindiásmica, uniões por casal, por um tempo mais ou menos longo, sob o regime do casamento por grupos, na qual o homem tinha uma mulher principal (ao lado de outras secundárias) e era para ela o esposo principal entre todos os outros. É a transição entre a barbárie e o Estado.
    Veio, por fim, a família monogâmica (união de um só casal, com coabitação exclusiva dos cônjuges).
    Na família Sindiásmica, quem definia as relações consanguíneas e ficava com as heranças eram as mulheres. Engels mostra que as mulheres nem sempre foram submissas aos homens. Em cerimônias, elas podiam escolher seu parceiro sexual.

    O acúmulo de riquezas produzidas pelo homem cresceu muito, mas eram repassadas para os descendentes genéticos da mulher, ficando os filhos do homem sem nada. Com mais poder, o homem retirou o direito materno e todas as regalias da filiação feminina. Passa a existir, então, o heterismo, a prevalência do homem sobre a mulher, o que, para Engels, foi a maior derrota do sexo feminino.

    Ao questionar a estabilidade do termo mulher, Judith Butler prega a existência de um ser humano indefinido, que pode ser o que quiser, o que desestabiliza a família na forma como se estrutura atualmente.

    Em sua palestra, gravada em vídeo, a parlamentar brasiliense deixa clara a intenção da ideologia de gênero: acabar com a família atual (patriarcado, como chamam) por meio da anarquia sexual, como no início dos tempos (pais, filhos e irmãos podem se deitar e transar, sem problemas) e da luta de classes entre os discriminados e defensores da moral judaico-cristã, voltando ao comunismo primitivo, porque o comunismo moderno não deu certo, ao cair com o Muro de Berlim.

    *Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.

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