Amigos homenageiam motociclista morto em acidente

Ana Ferreira
redacao@jornaldebrasilia.com.br

Amigos e familiares do motociclista Antônio Eduardo Mendes, o Dudu , como era chamado, de 55 anos, morto na tarde de domingo (22), vítima de atropelamento, se unirão para homenageá-lo nesta terça (24). Os atos estão previstos para ocorrer no início e no fim do sepultamento do servidor público, previsto para às 15h30, no cemitério Campo da Esperança. Segundo relatos de testemunhas, a motorista, de 45 anos, responsável pelo atropelamento, estaria ao celular no momento do acidente.

“Estamos muito tristes com a perda do nosso Dudu. É um mix do sentimento com revolta, não com a responsável pelo acidente, mas com a insistência e falta de consciência que vemos todos os dias, dos motoristas que fazem uso do telefone enquanto dirigem. É uma combinação extremamente perigosa, assim como o uso do álcool. O celular é uma ferramenta de distração”, desabafou o diretor do grupo de motociclistas HOG Brasília, Alexandre Fagundes.

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Homenagem

Integrantes do mesmo grupo que Dudu fazia parte se mobilizaram para realizar um cortejo fúnebre até o momento do sepultamento. O ato terá a participação da família. A concentração ocorrerá a partir das 8h30, na funerária onde o corpo está localizado, no Setor de Oficinas Sul.

“Será um trajeto de, aproximadamente, 10 quilômetros. Seguiremos em direção ao Setor Policial Sul e, depois, iremos pegar a via de acesso ao cemitério Campo da Esperança”, afirmou o diretor.

São esperados aproximadamente 200 motociclistas no trajeto. Segundo Alexandre, todo o cortejo será acompanhado pelo Batalhão de Trânsito do DF (BPTrans), Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) e Policia Rodoviária Federal (PRF). O corpo será velado a partir das 10h e o sepultamento está previsto para 15h30.

Antônio era servidor público, separado e pai de um rapaz de 25 anos. Além dos amigos e do filho, ele também deixou os pais, que segundo Alexandre estão extremamente abalados com a notícia. Os advogados do grupo HOG acompanham o andamento do caso.

“Dudu era um motorista experiente. Nada que fizermos trará nosso amigo de volta. Não nos conforta qualquer punição que venha a ocorrer, mas desejamos que tudo seja realizado dentro da lei. Temos uma série de questionamentos. Era uma via de baixa velocidade, com lombadas, precisamos investigar de fato o que aconteceu”, ressaltou.

Protesto

Outro ato também foi agendado para esta terça. Após o sepultamento, o grupo seguirá com lenços pretos fixados nas motos, como sinal de luto, em direção ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), onde prometem realizar um “buzinaço”. A “motopasseata” cobrará das autoridades punições para os motoristas que fazem uso de telefone ao volante.

“Precisamos de campanhas severas e educadoras sobre o uso do celular. Não estamos satisfeitos com nossas leis de trânsito, pois são brandas e não levam em consideração o real perigo da combinação”, lamentou Neia Godinho, presidente do Moto Clube de Mulheres, com sede em Curitiba. “O nosso sentimento, nesse momento, é de impunidade. Perdemos um amigo, um pai, um trabalhador e, acima de tudo, uma pessoa muito querida. Não pode ser assim”, reclamou.

Para este ato, também é prevista a participação de 200 motociclistas.

Última missão

Os amigos de Dudu o definem como uma pessoa alegre, responsável e comprometida com o motociclismo. No grupo que integrava, ele tinha a função de Capitão de Estrada – responsável pela segurança do comboio de motos em passeios e eventos.

Na tarde de domingo, Dudu tinha acabado de completar com sucesso mais uma missão. Ele acompanhou um grupo de 25 motociclistas que haviam ido para Goiânia no dia anterior. Ao se despedirem da viagem, por volta das 14h, em um posto de combustíveis da Candagolândia, Dudu seguiu para um restaurante no Sudoeste, com uma amiga. No acidente, a amiga foi socorrida com escoriações leves.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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