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    COMPP é referência no atendimento de crianças com sofrimento mental moderado

    Unidade possui equipe multidisciplinar e é voltado para crianças de zero a 12 anos

    JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDE-DF

    A rede pública de saúde oferece, através do Centro de Orientação Médico Psicopedagógica (COMPP), atendimento especializado para crianças de 0 a 12 anos com sofrimento mental moderado e atende pacientes de todo o Distrito Federal, conforme Nota Técnica. Para ter acesso ao serviço os pacientes são encaminhados pela Atenção Primária e em algumas situações excepcionais, pela Atenção Secundária ou hospitalar.

    Mesmo diante da pandemia, os atendimentos, muitas vezes feitos em grupo, foram mantidos, mas com algumas adaptações para manter os protocolos de segurança com relação à covid-19.

    “Não tem como parar os atendimentos para quem tem sofrimento mental. Além de não deixar desassistidos esses pacientes, manter os atendimentos é uma forma de dar suporte a essas famílias, pois a pandemia já tem causado sofrimento, pois é uma situação atípica, e ainda tem o isolamento.”, explica Juliana Machado, gerente do COMPP.

    Os atendimentos que eram realizados em grupo continuam ocorrendo, mas de maneira individualizada com cada paciente. Ou seja, é marcado um horário no dia que seria a atividade em grupo e eles são atendidos seguindo a marcação de horário.

    “As crianças são atendidas em grupos, conforme os sintomas e as famílias também são incluídas neste cuidado”, informa.

    O COMPP possui um trabalho interdisciplinar e hoje tem uma equipe composta por enfermeiro, assistente social, neuropediatra, pediatra, terapeuta ocupacional, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, técnico em eletroencefalograma, fisioterapeuta e os servidores do administrativo.

    Atendimento

    De acordo com Juliana, as crianças são atendidas inicialmente por um dos profissionais e os casos são avaliados para os encaminhamentos individuais, de acordo com a necessidade daquela criança. Para atender os casos mais graves, com necessidade de medicação, existe o grupo Salada de Frutas, voltado para as crianças que estão precisando de um atendimento mais urgente.

    Leiliane de Alcântara é moradora de São Sebastião e foi encaminhada pela pediatra que atendeu Lucas, de 3 anos e 11 meses, no Hospital da Região Leste (HRL). Ela desconfia que o filho seja autista e na primeira consulta no COMPP, o filho foi encaminhado para fonoaudióloga e para a estimulação precoce, na Atenção Primária.

    “O Lucas tem um irmão gêmeo e percebi a diferença no comportamento dele desde bebê. Por isso, procurei atendimento para investigar se realmente é autismo. Gostei muito da primeira consulta aqui no COMPP. Fui muito bem atendida e meu filho será acompanhado para ter uma avaliação melhor no futuro”, afirma.

    Hoje, a fila de espera pelo atendimento é bem grande e dura cerca de dois anos após o encaminhamento. “Isso ocorre porque os tratamentos são longos, duram pelo menos três meses, às vezes até mais dependendo do caso”, afirma Juliana.

    Este é o caso de Egídia Valdez, mãe de Yan Valdez, de 10 anos. Ele foi diagnosticado com autismo aos 5 anos e desde os 4 anos faz acompanhamento no COMPP. Além do autismo, ele possui deficiência mental e tem muita dificuldade para dormir, então é acompanhado diretamente pela equipe de psiquiatria.

    “O Yan é muito agitado e nervoso, não consegue dormir sem medicação. Por isso, ele é acompanhado para verificar se o remédio está fazendo efeito, se precisa trocar, etc. O acompanhamento no COMPP é excelente, ajuda bastante no desenvolvimento dele”, explica.

    Egídia mora no Gama desde 2019, mas antes disso, morava em Minas Gerais e viajava todos os dias de consulta para não perder o acompanhamento de Yan.

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