Uma pesquisa da Fundação Osvaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Justiça, revelou que o número de usuários de crack e similares (pasta base, oxi e merla) somam 370 mil usuários nas capitais do País e no Distrito Federal. As capitais nordestinas lideram o ranking com quase metade dos usuários da droga, 148 mil. Na sequência, estão as capitais da região sudeste, com 113 mil dependentes; seguida das regiões centro-oeste, com 51 mil usuários; Sul, com 37 mil e no Norte, com mais de 33 mil usuários de crack.
A pesquisa contou com o apoio da Secretaria de Saúde, Assistência Social, Segurança, Organização Não Governamental. Além disso, os relatos de usuário de drogas foram determinantes para traçar o mapa do consumo dos entorpecentes pelo país. O estudo faz parte do programa de Governo Federal “Crack, é Possível Vencer.”
A pesquisa ouviu 7.381 usuários regulares e constatou que 78,7% são homens, uma proporção masculina superior à constatada em estudos anteriores sobre consumo de cocaína e crack – que apontavam uma parcela de 60% de homens e 40% de mulheres.
O deputado Evandro Garla, que apoia programas contra as drogas, lamentou que a juventude esteja inserida nestes dados. “O levantamento mostra que os usuários têm, em média, 30 anos de idade, mas a maioria dos dependentes tem entre 18 e 24 anos. Este é o momento para refletirmos como podemos resgatar estes jovens. Temos que elaborar estratégias, por meio do esporte, cultura, lazer ou outros métodos”, afirmou.
A pesquisa mostrou ainda que a idade média dos usuários é de 30 anos. Oito em cada dez usuários auto declararam-se como não-brancos e 60,6% disseram ser solteiros. Cerca de 80% relataram não ter alcançado o ensino médio, enquanto aproximadamente 3% chegaram ao ensino superior.
Apesar dos homens formarem a maioria dos usuários — 80% — as mulheres consomem o crack com mais frequência. Enquanto homens consomem cerca de 13 pedras por dia, as mulheres usam 21 pedras diariamente.
Estima-se que o número de pessoas que consomem drogas ilícitas nas capitais regionais chegue a 1,35 milhão.
Fonte: Geysa Albuquerque com Agências
