Ao confundir fantasia com realidade, muita gente comprou terno antes da posse e não pôde usá-lo.
Quantas pessoas não se confessam desiludidas com algo? E assim o fazem porque se iludiram anteriormente.
É importante lutar para que seu desejo se torne realidade, desde que não esmague sonhos alheios.
Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, ensina que a fantasia é o reino intermediário que se inseriu entre a vida segundo o princípio de prazer e a vida segundo o princípio de realidade.
Algumas pessoas alimentam fantasias, criam um castelo de areia, encomendam fogos de artifício e se desesperam quando constatam que a realidade é diferente da ilusão psíquica.
– Cadê, que você não sai e não me dá o lugar? – insiste o explorador de emoções, que me faz lembrar do candidato que precisava de 300 votos para se eleger e, como já havia distribuído 600 santinhos, achou que já estava eleito e foi distribuir a propaganda do amigo que também era candidato. No fim, os dois perderam.
Diz Marcelo Nova que é romântico tentar transformar desejo em realidade, “mas achar que a realidade tem que se submeter aos caprichos dos seus desejos é burrice”.
Alcança-se a vitória com estratégia baseada na realidade, não em ilusões, coisa de mágicos e videntes.
Portanto, como observa Bryan Magee, filósofo inglês, “não confunda desejo com realidade. A verdade independe da nossa vontade e do que gostaríamos que acontecesse”.
E, por fim, inspirado em Ludwig van Beethoven, recomendo o caminho de fazer todo bem que se possa, amar sobretudo a liberdade e, mesmo que seja por um trono, jamais renegar a verdade.
Miguel Lucena – Delegado da PCDF e jornalista