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    HomeDistrito FederalGerente da UPA de Sobradinho proíbe servidores de relatar falta de médicos

    Gerente da UPA de Sobradinho proíbe servidores de relatar falta de médicos

    Sem reagente até para hemograma

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    Uma circular da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho causou alvoroço em toda a rede pública de saúde do DF. … No documento, datado do dia 12 de julho e divulgado na unidade, o gerente-geral do local, Daniel de Souza Matos Vital, proíbe (em letras garrafais) os servidores de avisarem aos pacientes sobre a falta de médicos. E diz que esta é atribuição restrita aos “supervisores de emergência”. O Sindicato dos Médicos do DF (Sindmédico-DF) já avisou que recorrerá ao Ministério Público do DF, Conselho Regional de Medicina, Comitê Executivo Distrital de Saúde, Ordem dos Advogados do Brasil, Defensoria Pública e CPI da Saúde.

     

    Desencontros .

     

    O gerente-geral informou que tomou a decisão após um funcionário da unidade dizer aos pacientes que não tinha médico para fazer atendimento, quando quatro profissionais estavam disponíveis no local. “Já havíamos recebido informações de que estava acontecendo isso: o paciente vinha para cá e tinha funcionário que dizia que estava faltando médico. A ouvidoria da Secretaria de Saúde já havia nos mandado uma demanda com relação a isso”, explica Daniel Vital, que observa: o comunicado está respaldado por portaria do Conselho Federal de Medicina. “Estamos dando ao paciente o direito de ter uma informação correta”, argumenta Vital.

     

    Sem reagente até para hemograma

     

    Outro documento provocou o Sindmédico a procurar os órgãos que amparam os profissionais e a população. Um ofício do Núcleo de Patologias Clínicas da Região de Saúde Norte endereçado ao Hospital Regional de Sobradinho informava, ontem, que estava suspensa a coleta para exames de hemograma, por tempo indeterminado, “devido à falta de reagentes na Secretaria de Saúde do DF”.

     

    A pasta informou que, de acordo com a direção do hospital, o que a circular pretendia informar era que “o uso dos reagentes para este exame será racionalizado”. E seria realizado apenas em pacientes da emergência, “a fim de evitar que a região fique desabastecida enquanto o processo de aquisição é encerrado”. O texto, no entanto, é claríssimo e trata da suspensão da coleta.

     

    Até a próxima semana

     

    A Subsecretaria de Logística e Infraestrutura, que é responsável pelo abastecimento da rede, estima que até o fim da próxima semana a região de saúde Norte receberá o reagente, diz a secretaria, em nota.

     

    O mínimo do mínimo

     

    “O governo está conseguindo se superar. Está negando o mínimo do mínimo”, observa o presidente do Sindmédico, Gutemberg Fialho, que classifica o hemograma como exame básico em uma unidade de saúde. “Na ausência de um hemograma, o médico pode fazer um diagnóstico tardio, que pode, inclusive, levar o paciente a óbito”, destaca.

     

    Fonte: Milena Lopes, Jornal de Brasília

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