Moro manda ao STF quebras de sigilos do ex-senador Gim Argello

28ª fase da Operação Lava Jato

POR BÁRBARA LOBATO – JOTA.INFO –

O Ministério Público tem até o final deste mês para juntar ao processo que corre na Justiça Federal do Paraná todo o material oriundo das quebras de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-senador Gim Argello e de pessoas relacionadas a ele. Em um dos materiais prévios que constam no processo, a Polícia Federal identificou diálogos com pessoas de foro privilegiado. Os arquivos que citam essas pessoas foram encaminhados semana passada pelo juiz Moro para diligências do Supremo Tribunal Federal (STF). …

 

Além da quebra de sigilo telefônico do ex-senador Gim Argello, o Ministério Público Federal pediu em abril, as quebras de sigilo do ex-secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o contador Valério Neves Campos, do diretor de Relações Institucionais da OAS, Roberto Zardi Ferreira, de Paulo Cesar Roxo Ramos, assessor de Gim, do funcionário da Previ Marcos Paulo Ramalho, do diretor-presidente da Invepar, Gustavo Nunes da Silva Rocha, e do empresário Dilson de Cerqueira Paiva Filho.

 

Deflagrada no início de abril, a 28ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Vitória de Pirro”, investiga cobrança de propinas que teriam evitado a convocação de empreiteiros em comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras.

 

Para a Polícia Federal, há indícios concretos de que Gim tentou evitar a convocação de empreiteiros para prestar depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos disfarçados de doações eleitorais.

 

Empresas com possíveis ligações ao ex-senador Argello também foram alvo de quebras de sigilo de dados: Terraforte Empreendimentos, Sociedade em Conta de Participação, Lanzi Equity Investimentos e Participações, JHTL Administratora de cartões, HTS Gestão de Investimentos e Estudos mercadológicos, Habitat Empreendimentos imobiliários, Camisa 10 imóveis, BR Propetry Investimentos e participações, Avantt Imob empreendimentos e participações e Agriforte Comercial Exportadora.

 

Delação de Delcídio do Amaral

 

Na terça-feira (14/06), a Justiça Federal do Paraná recebeu todo o material da delação do senador cassado Delcídio do Amaral.

 

Em despacho, o juiz Moro aponta que fará o desmembramento do anexo 17 da delação do senador cassado para “apuração de condutas de pessoas destituídas de foro privilegiado”.

 

No anexo da delação premiada o ex-líder do governo no Senado fala sobre arrecadação de recursos para abafar investigações da CPI Mista da Petrobrás em 2014, da qual o senador petebista Gim Argello era vice-presidente.

 

A força tarefa da Lava Jato suspeita que os recursos teriam sido distribuídos entre os partidos que apoiavam a candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal em 2014. Da UTC, vieram R$ 1 milhão para o PR, R$ 1,1 milhão para o DEM, R$ 600 mil para o PMN e R$ 1,45 milhão para o PRT, do ex-senador Luiz Estevão.

 

Delcídio do Amaral vai depor na Lava Jato como testemunha de acusação contra Gim Argello na sexta-feira (24/06).

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