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    Soberba

    zeHumberto:ArrudaJosé Humberto era o homem “forte” do governo de José Roberto Arruda. Ele ocupava o cargo de Secretário de Governo.

    Em 27 de dezembro de 2006, apenas 72 horas antes de tomar posse no cargo, José Humberto vendeu um terreno, na região conhecida como Cidade do Automóvel, por R$ 426 mil. Dois anos depois, o governo Arruda mudou a destinação do terreno para construir ali uma escola pública. Pagou R$ 4,2 milhões pela área.
    Brasília sempre foi um dos mercados imobiliários mais aquecidos do país. Mas uma valorização de 1.000% em 24 meses foge a qualquer padrão. “O valor do terreno seria de R$ 700 mil”, disse o empresário do ramo de imóveis Donizetti Filho, que teve um terreno idêntico no mesmo local.

    Negócios a parte, temido por todos os secretários e odiado por vários distritais, Humberto era centralizador e acreditava que seria eleito senador em 2010. Após a deflagração da Operação Caixa de Pandora, em 27 de novembro de 2009, os sonhos de Pezão viraram ruínas. Zé Humberto caiu junto com o governo de Arruda. A soberba do governo do DEM precedeu a queda.

    Pelo visto, no governo do PSB brasiliense, as lições deixadas pelo maior escândalo de corrupção da história do Distrito Federal não foram levadas a sério. A soberba de alguns integrantes no GDF é assustadora, revoltante e revela o apocalipse que se aproxima.

    Zé Humberto não acreditou neste Blog, que naquele fatídico ano para o DEM, por várias vezes noticiou que o governo não duraria muito tempo. Não durou. Também este Blog avisou que Agnelo Queiroz não seria reeleito governador. Sequer passou para o segundo turno, apesar de ter tido a máquina administrativa nas mãos  com apoio incondicional do Palácio do Planalto.

    O que se vê na política, é que a soberba costuma cegar alguns que acham ter chegado ao poder sozinhos, sem a ajuda de ninguém. Acham que são deuses, porque tem amigos muito bem alojados no governo, a publicidade oficial e o Diário Oficial nas mãos.

    Sodoma e Gomorra  e o império de Hitler ruíram. Na história mundial, o  maior pecado dos políticos soberbos e arrogantes é não dar atenção aos sinais… A política é a arte de ciscar para dentro, e não para fora, já dizia Tancredo Neves.

    Em 2010 estavam todos juntos e misturados.
    Em 2010 estavam todos juntos e misturados.

    Do jeito que vai, sem rumo, direção, comunicação, reciprocidade, verdade, liderança e apoio político e de grande parte da mídia, o governo do PSB no Distrito Federal corre o sério risco de sequer concluir o mandato. As ligações com o ex-governo petista ainda são fortes, desde que Rollemberg se elegeu senador em 2010 com a preciosa ajuda do PT na chapa que elegeu Agnelo Queiroz ao governo do Distrito Federal.

    No início do governo de Agnelo, a situação esteve tão confusa e crítica que o Palácio do Planalto chegou a pensar numa intervenção federal para que a população, servidores públicos, comerciantes e empresários da indústria não sofressem consequências graves devido à falta de habilidade e credibilidade do governo.

    Foi preciso,  após intensas negociações, que a ideia da intervenção fosse esquecida, mas o Palácio do Planalto mandou Swedenberger Barbosa para dar uma ‘arrumada’ no governo do petista Agnelo. Também foi exigida a saída de Paulo Tadeu do comando da Secretaria de Governo (o mesmo foi indicado por Agnelo Queiroz, aprovado pela CLDF e nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas do DF).

    Atualmente, sem real apoio do Planalto, o PSB de Rollemberg derrapa desde o início (e veja que a equipe dele teve três meses para avaliar tudo antes da posse) e dá sinais imensos de incompetência (principalmente na saúde), incoerência política e insensatez diante da opinião pública que esperava mais, muito mais de Rollemberg e sua equipe.

    Deputados distritais emitem sinais quase que diários de descontentamento e greves estão previstas para os próximos dias. Faltam servidores em vários departamentos nas administrações regionais, e não se pode mais contratar entre outras aberrações, erros grotescos e ideias ‘geniais’ para solucionar problemas sem conseguir.

    Pelo cenário até aqui apresentado, parece que mais uma vez o eleitor foi induzido ao erro e perdeu  o voto.  Enquanto isso, importante parte do PSB que ficou de fora do governo que ajudou a eleger, acompanha irritado aos movimentos que desgastam a imagem do partido. Querem mudanças urgentes e necessárias.

    É preciso aprender com a história política da cidade para fazer a diferença. Caso contrário, só mais do mesmo.

    E o povo?  Ó….

     

     

     

    Fonte: Donny Silva

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    Deve ler

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