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    No DF: Linha de frente da oposição

    Derrotados nas urnas, PT e PMDB assumem postura contrária ao governo Rollemberg. DEM também promete adotar ação fiscalizadora

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    Chico Vigilante diz que petistas podem ser expulsos se apoiarem o governo.

    A eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal, na semana passada, serviu para delinear a oposição que Rodrigo Rollemberg (PSB) deve enfrentar neste início de governo. PT e PMDB se articularam como bancadas para tentar impedir a vitória da chapa apoiada pelo governador, que tinha a distrital Celina Leão (PDT) à frente. Além disso, como partido, apenas o DEM adota uma postura claramente contrária à gestão socialista…

    O quadro no cenário político da capital federal mudou significativamente depois da sucessão eleitoral, que colocou em disputa os grupos de Rollemberg, do então governador, Agnelo Queiroz (PT), e do ex-deputado federal Jofran Frejat (PR), que tinha o apoio dos ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Joaquim Roriz (PRTB). Petistas continuaram próximos ao PMDB do ex-vice-governador Tadeu Filippelli e firmaram-se na oposição, enquanto os demais partidos se dividiram.

    “O que for bom para a cidade, vamos aprovar e o que não for, não apoiaremos. Eu defendo que o petista que quiser ir para o governo tem que se desfiliar, pedir licença, ou será expulso”
    Chico Vigilante (PT), deputado distrital

    O PR está na base local de Rollemberg, com a presença do distrital Renato Andrade. E o PRTB, que tem dois distritais, ajudou a fazer a diferença na eleição de Celina Leão, indicando inclusive Liliane Roriz para ocupar a vice-presidência da Casa. Já o DEM não mudou de postura. “Vou cobrar do governador o cumprimento das promessas de campanha. Vou fiscalizar e manter a minha coerência. Quero ver a efetivação da eleição direta para administrações regionais e a implantação do bilhete único no transporte coletivo, por exemplo”, explica o presidente da legenda, deputado federal Alberto Fraga.

    O presidente regional do PMDB, Tadeu Filippelli, foi um dos principais articuladores da formação de uma chapa contrária à criada pelos apoiadores de Rollemberg. Ele chegou a ter acordo com 16 dos 24 deputados distritais, mas, no fim das contas, conseguiu que um grupo de nove se retirasse do plenário na eleição da maior parte dos nomes da Mesa Diretora. Estavam no grupo os quatro deputados do PT (Chico Vigilante, Chico Leite, Ricardo Valle e Wasny de Roure), os três do PMDB (Robério Negreiros, Wellington Luiz e Rafael Prudente), Cristiano Araújo (PTB) e Dr. Michel (PP). Apenas Wasny estava presente em plenário para apoiar o nome de Celina à Presidência e se retirou na escolha dos outros quatro nomes da Mesa.

    O PMDB adota a postura de oposição. Nos bastidores, há indicativo de que Filippelli, que além de vice-governador já foi deputado federal e ocupou vários outros cargos públicos, tem pretensões políticas em 2018, talvez até mesmo o Palácio do Buriti. O PT, que ainda não tem nenhum nome consolidado para almejar voos mais altos (Agnelo Queiroz e o ex-deputado federal Geraldo Magela saíram enfraquecidos), também assumiu que não vai apoiar o governo do ex-aliado. “O PT já tomou essa decisão. Faremos oposição ao governo e não à cidade. Já dissemos isso ao Rollemberg. O que for bom para a cidade, vamos aprovar e o que não for, não apoiaremos. Eu defendo que o petista que quiser ir para o governo tem que se desfiliar, pedir licença, ou será expulso”, afirmou o distrital Chico Vigilante.

    Para o cientista político João Paulo Peixoto, professor da Universidade de Brasília (UnB), é natural que, em início de governo, a oposição não apareça claramente definida. “Tudo vai depender do comportamento do governador e da efetividade das medidas adotadas por ele. Caso a gestão começar a dar resultados e for aprovado pela população, a tendência é que ele consiga cristalizar uma base. Caso isso não ocorra, a oposição pode ganhar força. Mas não vejo potencial para uma atuação muito grande na Câmara Legislativa. Historicamente, todos os governadores tiveram ampla base.”

    “Quero ver a efetivação da eleição direta para administrações regionais e a implantação do bilhete único no transporte coletivo, por exemplo”
    Alberto Fraga (DEM), deputado federal
    Ele cita como exemplo o próprio governo anterior, de Agnelo Queiroz, que tinha muitos partidos na base e ampla sustentação na Câmara e, ainda assim, não conseguiu manter o projeto. “Deve ter muita gente em compasso de espera para saber se o governo vai dar certo para assumir posição até o fim do mandato”, acrescentou. O próprio Rollemberg foi eleito no mesmo grupo que levou Agnelo ao Palácio do Buriti e, depois, partiu para a oposição. Segundo ele, assim que Agnelo começou a não cumprir as propostas e a não apresentar resultados positivos.

     
    Fonte: Correio Braziliense, por Almiro Marcos. Foto: Carlos Moura/CB/D.A Press

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