MAIS
    HomeBrasilO ‘IRMÃO PROBLEMA’ — E A DELAÇÃO ARQUIVADA

    O ‘IRMÃO PROBLEMA’ — E A DELAÇÃO ARQUIVADA

     

    A investigação sobre a transação suspeita que fez Léo Pinheiro, um dos pivôs do petrolão, citar Dias Toffoli em sua delação

    Caro leitor,

    Há poucas semanas, membros da Lava Jato que atuavam na Procuradoria-Geral da República apresentaram uma denúncia coletiva:

    Fonte: O Antagonista

    Os procuradores alegaram “incompatibilidade” com a então chefona da PGR, Raquel Dodge.

    Pouco depois, as razões da renúncia ficariam claras:

    O pedido de demissão coletiva foi, na verdade, uma reação a uma polêmica decisão da PGR.

    Raquel Dodge havia pedido o arquivamento de trechos da delação de Léo Pinheiro — ex-presidente da OAS e um dos pivôs do petrolão.

    Um trechos arquivados da delação se referia a Ticiano Toffoli, irmão do presidente do STF, que também acabou citado.

    Ticiano é petista e foi prefeito da cidade de Marília, no interior de São Paulo — e, após sua gestão, foi condenado civil e criminalmente por gastos indevidos com dinheiro público.

    O repórter Fabio Leite foi a Marília investigar a transação suspeita que fez Léo Pinheiro citar Dias Toffoli:

    Diz um trecho da reportagem:

    Foi o atual presidente do STF, relatou Léo Pinheiro em um dos 109 anexos de sua delação premiada, que o apresentou a Ticiano, em fevereiro de 2012, durante um encontro no restaurante Piantella, na capital federal. Após Toffoli deixar a mesa, seu irmão, à época vice-prefeito de Marília, e Sojinha, braço direito dele, teriam pedido 1 milhão de reais ao empreiteiro para comprar a renúncia do então prefeito Mário Bulgareli, do PDT. Como contrapartida, a dupla entregaria à construtora uma obra de saneamento orçada em 108 milhões de reais…

    A apuração investiga a fundo as irregularidades atribuídas a Ticiano por Léo Pinheiro — acusações que, a pedido de Raquel Dodge, acabaram arquivadas pelo ministro Edson Fachin, no STF.

    Leia trecho da reportagem que trata das eventuais irregularidades:

    Dois fatos públicos alinham-se com a delação de Léo Pinheiro. Em março daquele ano, no mês seguinte ao suposto acerto, (o prefeito Mário) Bulgareli renunciou de forma surpreendente, sem alegar o motivo, deixando a prefeitura nas mãos de Ticiano Toffoli. Naquele dia, os vereadores votariam a instalação de uma comissão processante, para investigar a participação do pedetista em uma espécie de mensalão local que já havia levado seu ex-chefe de gabinete à prisão. Bulgareli, contudo, já havia se livrado de três pedidos semelhantes.

    Em abril de 2013, já na gestão do sucessor Vinícius Camarinha, do PSB, a OAS assinou um contrato de 106,8 milhões de reais com o Departamento de Água e Esgoto de Marília, o DAEM, para concluir três estações de tratamento de esgoto. Camarinha também foi acusado pelo delator de receber propina vinculada ao contrato.

    É uma investigação jornalística profunda e séria.

    Que joga luz, mais uma vez, sobre os bastidores da política.

     

    Quer saber mais? Assine Crusoé.

     

     

     

    Fonte: O Antagonista

    LEAVE A REPLY

    Please enter your comment!
    Please enter your name here

    Deve ler

    spot_img