OS CAMINHOS DE FILIPPELLI E A DESCONFIANÇA DE PETISTAS

Ele era desconhecido e tímido. Mas devido aos laços familiares, acabou se tornando no queridinho do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), que lhe deu de presente, a presidência da SHIS, órgão do GDF que distribuiu fartamente lotes no DF para a população de baixa renda. Diante de tamanha projeção, Filippelli foi eleito deputado distrital e posteriormente, deputado federal e vice-governador.

Em 2010, Roriz declarou publicamente em sua residência: "Filippelli só se tornou político graças a mim. Pena que ele tenha se esquecido disso, porque ele sequer era conhecido. A ingratidão é o maior dos males para um homem público".

O maior sonho de Tadeu Filippelli é ser governador do DF. Para isso, deixou pra trás importantes amizades que ajudaram a construir seu caminho até aqui. Amigos que foram desprezados pelo presidente do PMDB, lamentam a mudança de postura do atual vice-governador, que prefere neste momento olhar para frente, e esquecer quem deixou para trás.

Em 2009, meses antes da explosão da Operação Caixa de Pandora, Filippelli abandonou o clã Roriz, tendo praticamente expulsado o ex-governador Joaquim Roriz do PMDB, e se juntou ao então governador José Roberto Arruda. Foram meses muito felizes para ambos. Filippelli ganhara de volta a direção da Novacap ( onde colocou seu leal amigo Pitiman) e passou a cuidar da infraestrutura do governo do DEM.

Rapidamente, dentro do governo do DEM,  ninguém mais se lembrava de que Filippelli usara o programa eleitoral do PMDB , e o boletim do PMDB/DF para ferozmente atacar o governo de Arruda, entre 2007 e 2008.

Em nome da ambição pelo poder, Filippelli trocou  amigos, mudou discurso e finge que ninguém sabe o que ele fez nas eleições passadas. Recentemente, o PT parece ter acordado e começou a cortar o excesso de poder dado ao vice-governador do DF.

Filippelli fez uma manobra espetacular e conseguiu emplacar Rogério Rosso no comando do GDF, em 2010. Logo em seguida, Rosso rompeu com o presidente do PMDB-DF.

Além do Metrô, o grupo de Filippelli comanda a secretaria de Obras, Novacap, secretaria de Transportes, DFTrans e outros cargos estratégicos no governo de Agnelo Queiroz (PT).

Amigos próximos do governador Agnelo, o tem alertado para algumas “costuras” que vem sendo feitas por Filippelli nos bastidores. Para alguns atentos petistas, Filippelli quer crescer mais do que Agnelo, consolidar seu nome perante a opinião pública, aparecer nas pesquisas e por fim, fazer com Agnelo o mesmo que fez com Roriz que o inventou politicamente: virar-lhe as costas em 2014.

Enquanto Agnelo tem apanhado quase que diariamente na mídia, Filippelli atua nos bastidores e procura não se envolver em questões problemáticas. Ou seja: Filippelli ficou com a banda boa do governo, e Agnelo ficou com a banda podre. O PMDB ficou com o bônus e o PT ficou com o ônus.

Há uma certa  insatisfação principalmente entre petistas, sobre a movimentação de Filippelli com vistas às eleições de 2014. O clima começou a esquentar e a lua de mel parece ter chegado ao fim. No lugar do romance, agora é hora de lavar a roupa suja dentro do Novo Caminho. Sem falar nos pandoristas denunciados pela delator Durval Barbosa, que continuam no PMDB sem terem sido incomodados por Filippelli: Rôney Nemer e Benício Tavares.

Agnelo e Filippelli: juntos em 2014?

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