PRETENSÕES PARA 2012 E 2014 NA MIRA DA PETISTA

Deu em O Estado de S. Paulo

Pretensões para 2012 e 2014 na mira da petista

João Domingos

Para evitar em seu governo o que nos meios políticos é conhecido por “síndrome de José Dirceu”, antes de convidar Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e José Eduardo Cardozo (Justiça) para ocupar pastas muito próximas a ela, a presidente eleita, Dilma Rousseff, perguntou a cada um deles se tinham pretensões de disputar a Presidência.

Dilma quis com isso evitar que os ministros da chamada “Cozinha do Planalto” agissem como Dirceu nos dois anos e meio em que ficou no governo. Com ambições de disputar a sucessão do presidente Lula, o ex-chefe da Casa Civil quase ofuscava o trabalho do chefe.

Dirceu acabou saindo da Casa Civil por causa do escândalo do mensalão, em que foi acusado pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, de ser o “chefe da quadrilha”. Teve o mandato de deputado cassado pela Câmara.

Segundo informações de interlocutores, Dilma também perguntou aos seus futuros ministros, todos do PT, se tinham a intenção de disputar a prefeitura de alguma cidade em 2012. Quis, com isso, evitar que, nomeado, o ministro ficasse apenas um ano e três meses no cargo. Dilma disse que gostaria de ver os três novos ministros confirmados ontem até o final do mandato.

Em 2003, quando Lula assumiu o governo, ele próprio baixou a Medida Provisória 103, que deu ao titular da Casa Civil os superpoderes de um primeiro-ministro.

Todos os contatos políticos, no governo de Fernando Henrique Cardoso feitos pelo Secretário-Geral, passaram para o titular da Casa Civil, assim como o controle sobre a Imprensa Nacional e o sistema de vigilância da Amazônia.

Com essa medida provisória a Casa Civil passou a ser uma espécie de superministério, que controlava todos os outros.

Todas as nomeações de cargos de confiança de quaisquer pastas tinham de passar por lá.

Quando Dirceu foi afastado, sendo substituído por Dilma Rousseff, Lula criou a Secretaria das Relações Institucionais, deixando sua nova ministra longe das confusões políticas.

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