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    Rollemberg: A greve dos servidores e a falta de habilidade de sua equipe de ponta

    Da teoria à prática

    POR EDSON SOMBRA

    Mesmo com a lei em vigor, que se constitue em direito adquido e, portanto integrante do patrimonio juridico de cada servidor, com o desrespeito do governador em não querer cumprir eles ameaçam até a recorrer ao Judiciário para receberem o reajuste que o petista Agnelo Queiroz concedeu…

     

     

    Ainda no governo de transição, a população do Distrito Federal foi surpreendida, e não imaginava o que estava por vir: a crise generalizada nas cidades do Distrito Federal. Rollemberg acusava o ex-governador Agnelo Queiroz, durante a campanha de 2014, de incompetência administrativa. Ganhou a eleição contra o petista. Eleito, mudou o discurso. Passou a alardear que o cofre do GDF não tinha recursos para ele começar a governar. Diante do caos anunciado pelo governador, todos lhe deram um crédito de confiança. Tiveram paciência. Passados nove meses, nada mudou. Ou melhor, piorou.

     

    Quem acompanha a vida política do Distrito Federal há tempos teve, durante esses meses, a percepção de que não apenas a população, mas principalmente as entidades sindicais foram até muito pacientes com a atual gestão. Evitaram até quando puderam a temida greve geral do serviço público. Em alguns casos, sindicatos chegaram a ouvir as lamentações do governo e apoiaram o empréstimo com recursos do superávit do Iprev, aquela margem de lucro que existe pelo fato do dinheiro dos aposentados estar investido. Havia o temor de que nem mesmo os salários fossem pagos, acumulando com outros direitos já atrasados.

     

    Quando todos pensavam que estava tudo resolvido, eis que surge uma nova realidade: a falta de habilidade do governo e o descaso no trato com os servidores. Não apenas pela alardeada falta de dinheiro, conforme o próprio Palácio do Buriti alega, mas principalmente pela falta de traquejo do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e de sua equipe de ponta. Não se sabe de que ponta eles vêm ou para que ponta vão.

     

    Mesmo com a vitória da aprovação do empréstimo da cifra bilionária, o governo fez pouco caso da atuação sindical. Pagou com traição a quem no momento de dificuldade lhe deu a mão.

     

    Recentemente em um dos poucos encontros com os representantes dos servidores, Rollemberg apareceu apenas para dizer que não tinha condições de cumprir a lei do reajuste. Saiu rapidamente da reunião após a má notícia, deixando a cargo de alguns secretários de ouvir as categorias. Isso, claro, revoltou imensamente a todos os presentes. Afinal, são seus servidores, servidores do seu governo, ou melhor, foram eles, em sua maioria, que o elegeram para governar o DF.

     

    Para piorar, nesta quarta-feira (7), já na segunda oportunidade de um acordo antes da ameaça de greve, Rollemberg fez pior: nem apareceu para pelo menos ouvir os lamentos dos servidores. Deixou isso a cargo de dois secretários, tão inábeis no trato com os servidores como ele próprio: o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e o de Relações Institucionais, Marcos Dantas. Ambos serviram de garotos de recado do governador. A estratégia, obviamente, foi pelo ralo.

     

    Revoltados com o descaso, servidores já saíram do Palácio do Buriti com a greve anunciada. Em algumas declarações, sindicalistas desabafaram que as paralisações seriam aprovadas em assembleias, uma vez que não havia propostas do governo a serem apresentadas. À noite, durante uma entrevista, o chefe da Casa Civil chegou a insinuar que havia servidores ganhando “até muito bem”. Deu no que deu. O movimento foi turbinado. Não é para menos. Afinal, pergunto, quanto ganha um secretário que passa o dia em um gabinete, no ar condicionado?

     

    A imagem desta quinta-feira (8) não poderia ser outra: Brasília amanheceu transtornada. Hospitais, escolas, serviços ao cidadão… Tudo paralisado. Não se via algo assim desde o governo de Agnelo Queiroz, quando os mesmos servidores cobravam dele na época a recomposição salarial. No final das contas, o petista concedeu o reajuste que as categorias lutavam há anos. Mesmo com a lei sancionada, hoje os servidores ameaçam até a recorrer ao Judiciário para receberem o que é devido e de direito.

     

    Agora, sem cumprir a lei, o governo parte para o embate com os servidores e dá as costas aqueles que representam grande parte do PIB do Distrito Federal. Não é da indústria, nem do comércio que estou falando. É do funcionalismo público que vem a força para nossa economia girar. Todo mundo que aqui vive sabe disso.

     

    Lamentável ver que além de uma suposta falta de recursos, falta à atual gestão habilidade para gerenciar as suas crises. Afinal foi para isso que Rodrigo Rollemberg foi eleito. Os acadêmicos e servidores do governo federal, tão elogiados por Rollemberg quando decidiu formar sua equipe, agora revelam aqui no GDF, que a teoria está longe da prática.

     

    Vamos ver até quando as nossas cidades precisarão definhar para que o governador Rodrigo Rollemberg acorde para o fato de que quem carrega o Distrito Federal nas costas é realmente o servidor público, seja Federal ou local. É como uma paráfrase à lei de Newton: se os servidores param, a cidade também para.

    Fonte: Blog do Sombra

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