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    Sindicalista entrega ‘organograma’ de supostas fraudes à CPI da Saúde

    Em gravação, ela relatou saber de suposta propina no governo; GDF nega

    POR GABRIEL LUIZ – DO G1 DF/FOTO: SINDSAÚDE/REPRODUÇÃO

    A presidente do sindicato dos servidores da Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, entregou nesta quinta-feira (21) à CPI da Saúde da Câmara Legislativa do Distrito Federal um “organograma” manuscrito e um DVD com gravações que ela diz comprovarem um suposto esquema de propina na pasta. O conteúdo das gravações não foi revelado.

    Questionada pelo deputado Reginaldo Veras (PDT), Marli disse que o ex-subsecretário de Infraestrutura e Logística da Secretaria de Saúde Marcos Júnior fez o documento enquanto explicava a ela as supostas irregularidades na pasta. Ela afirmou que ficou com o documento depois da conversa, que ocorreu em maio. …

    Em conversas com o vice-governador, Renato Santana, e com o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim, reveladas na semana passada pela revista “IstoÉ”, Marli diz saber de um suposto esquema de pagamento de 30% de propina na Secretaria de Saúde. Na gravação, ela questiona o vice se ele tem conhecimento das supostas irregularidades. Santana nega, mas diz saber de propinas de 10% na Secretaria de Fazenda. Ele depõe à CPI na tarde desta quinta.

     

    Depois do vazamento das conversas, o governador Rodrigo Rollemberg determinou à polícia e à Corregedoria do GDF a abertura de investigações. O governador disse que já havia pedido apuração da Secretaria de Fazenda quando Santana relatou a ele, há cerca de três meses, a suposta cobrança de propina na pasta, mas que nada havia sido confirmado na época.

    A presidente do sindicato acusou o governador Rollemberg e a mulher dele, Márcia, de ligação com irregularidades, mas, questionada pelos deputados, se negou a dar detalhes do suposto esquema, alegando que atrapalharia investigações em curso pelo Ministério Público do DF e pelo Ministério Público de Contas. Ela afirmou ter entregue todas as gravações e documentos aos órgãos.

     

    Questionado por jornalistas após a CPI, o governador Rollemberg disse que as acusações de Marli contra ele e a mulher dele eram infundadas e queria se pronunciar à Justiça.

    Marli também citou o subsecretário de Logística e Infraestrutura da Secretaria de Saúde, Marcello Nóbrega, como envolvido em supostas irregularidades, mas não disse que desvios ele teria cometido. Ao G1, Nóbrega disse que estava em uma reunião e que se manifestaria por meio de nota ainda nesta tarde.

     

    No sábado, por meio de nota, Rollemberg anunciou que entraria com queixa-crime contra a sindicalista por conta das citações ao ele nas conversas com o vice e com o ex-secretário Gondim. O governador já havia classificado as gravações como “chulas e levianas”.

     

    Apesar de não detalhar as supostas irregularidades apontadas nas gravações, Marli relatou à CPI desvios na compra de kits contra a dengue por R$ 55 cada, quando o preço médio de mercado, segundo ela, varia de R$ 8 a R$ 22. A Secretaria de Saúde confirmou a compra dos kits na gestão passada pelo valor de R$ 55, mas informou que no atual governo foram comprados kits por R$ 8 e R$ 9.

     

    A CPI da Saúde aprovou nesta quinta o fornecimento de segurança à sindicalista. Ela disse se sentir ameaçada depois de a gravação das conversas com Santana e Gondim terem vindo a público. Marli não disse se recebeu ameaças e nem informou por quem se sentia ameaçada.

     

    O presidente da CPI, Welligton Luiz (PMDB), disse que ainda não existem provas e que os deputados vão analisar indícios de investigação. Ele explicou que a comissão vai apurar todos os documentos entregues por Marli.

     

    Apoio de delegados

    Nesta quinta, o Sindicato dos Delegados do DF aprovou a criação de uma força-tarefa voluntária para ajudar na apuração das supostas irregularidades na Saúde. Segundo o presidente da entidade, Rafael Sampaio, 15 delegados podem compor a força-tarefa para judar os deputados da CPI.

    A lista com o nome dos delegados deve ser entregue às 15h desta quinta à Câmara. Para o presidente da CPI, Wellington Luiz (PMDB), “a ajuda será bem-vinda”. “Será de muita valia porque ajudará muito na análise com a expertise que eles têm”, afirmou o deputado.

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