Advogada nega ter feito acordo de delação para ex-diretor da Petrobras

Beatriz Catta Preta diz que assumiu o caso nesta sexta-feira (22).
Ao G1, ela afirmou que ainda vai analisar os autos do processo.
Samuel Nunes
Do G1 PR

costaPetrobras

 

 

 

 

 

 

 

Advogada afirma que conheceu Costa nesta
sexta-feira e que ainda não traçou uma estratégia de defesa (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A advogada Beatriz Catta Preta, que assumiu nesta sexta-feira (22) a defesa do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, negou em entrevista ao G1 que tenha feito qualquer acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal ou com a Polícia Federal. O cliente dela está preso desde março, na sede da Polícia Federal de Curitiba.
Paulo Roberto Costa é acusado de participar de um esquema de desvio de verbas da Petrobras e de chefiar, ao lado do doleiro Alberto Youssef, uma quadrilha que pode ter movimentado mais de R$ 10 bilhões ilegalmente.
“As pessoas estão interpretando de forma bem antecipada. Acredito que como eu já fiz algumas delações, concluiu-se que ele partiria para isso. Ainda vou tomar pé dos autos”, contou a advogada. Segundo ela, ainda não há qualquer estratégia de defesa traçada. A advogada substitui o antigo defensor de Costa, Nélio Machado.
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A Polícia Federal em Brasília e o Ministério Público Federal também haviam negado que houvesse qualquer acordo de delação com o ex-diretor da Petrobras.
“Nada disso [delação premiada] foi conversado com ele. Nós nos conhecemos hoje, eu assumi a defesa dele hoje”, detalhou Catta Preta. Na entrevista, ela disse que tomou um susto ao saber das notícias em torno da suposta delação.
Paulo Roberto Costa foi preso durante a Operação Lava Jato, deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal. As investigações policiais apontaram que Costa teria intermediou contratos de empresas de fachada, comandadas por Youssef, junto à estatal.
A reportagem também conversou com o advogado Nélio Machado. Ele informou que o desejo da delação premiada já vinha sendo cogitado pela família de Costa, mas que a defesa não considerava a hipótese. Machado afirmou que nos autos ainda consta o nome dele como o representante do ex-diretor da Petrobras, mas diante dos fatos, vai abandonar a causa. “Eu acho que houve uma ruptura. Isso para mim vicia e contamina a relação profissional”, contou o advogado, que chegou a entrar com um pedido de habeas corpus para Costa, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pois considera a prisão do ex-diretor da Petrobras desnecessária.
Nova fase
Ainda nesta sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou mais uma fase da Operação Lava Jato. Nesta operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em empresas registradas em nomes de terceiros e que, de alguma forma, estavam ligadas a familiares e pessoas próximas a Paulo Roberto da Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás e um dos investigados do processo. Do total de empresas, duas eram em locais diferentes e o restante no mesmo endereço.
O objetivo da ação no Rio foi recolher os documentos nas empresas vinculadas a Paulo Roberto Costa, preso por suspeita de envolvimento nos crimes, e aos familiares deles. Marcelo Barboza Daniel, sócio do genro de Costa, será ouvido, por supostamente ter emprestado dinheiro a ele. Os recursos foram apreendidos na casa do ex-diretor da Petrobras, na operação Lava Jato.
*Colaborou G1 DF

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