1/2
2/2
1/2
Tem relação?
Segundo o presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (AmeBrasil), coronel da reserva remunerada Wellington Corsino, todas cessões da PM estão regidas por lei. “O que não pode é termos grande número de policiais cedidos a órgãos sem relação ou correlação com a segurança pública. Isso é que acho errado”, assinalou.
Ceder policial para a Presidência da República é relevante ou não? Tirar um PM das ruas para a administração de uma cidade? Levar um militar para Secretaria de Segurança? Aí não tem dúvida que há relação direta. E o Congresso Nacional? Hoje é normal policiais civis e militares na Câmara Legislativa. Isso é normal? Não, aí eu vejo que não
WELLINTON CORSINO, PRESIDENTE DA AMEBRASIL
Na visão de Corsino, as regras atuais favorecem a cessão de policiais para fins exclusivamente políticos. Nesse contexto, a questão salarial costuma ser determinante. Por outro lado, existem casos em que a PM não pode negar a transferência. “A Presidência da República não tem quadro próprio. Requisita pessoal de todo Brasil. E, por lei, o convite é irrecusável”, completou.
Teto escolar
Na Secretaria de Educação, existe teto para a cessão de servidores. De acordo com o artigo 36 da Lei nº 5.015/13, o órgão pode ceder, no máximo, 1% do total de cargos de professores e orientadores. Pelas contas do diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Cláudio Antunes, atualmente, existem 37,2 mil vagas. Ou seja, o limite legal seria de 372. Antes do limitador, a pasta chegou a ceder 1,5 mil servidores.
“O GDF faz a cessão para remanejar servidores para suprir determinadas qualificações. Na carreira de professor, 80% têm pós-graduação. Trabalham com planejamento e desenvolvimento de projetos. A formação acadêmica impõe isso. Dirigir uma escola exige planejamento macro. Não estou dizendo que somos melhores do que os outros”
CLÁUDIO ANTUNES, DIRETOR DO SINPRO
Bolsonaro
No patamar federal, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) colocou em marcha a revisão dos processos de cessão e requisição de servidores na União em 12 de fevereiro deste ano. Na quarta-feira (04/09/2019), o Ministério da Economia publicou a Portaria nº 357 para simplificar e unificar as regras, antes divididas em três normativos.
O novo modelo permite o mapeamento digital das cessões e requisições pelo Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape). No caso da União, servidores podem ser cedidos para cargos em comissão ou função de confiança. Todavia, se a transferência demandar reembolso do governo federal, a cessão será permitida apenas para exercícios de funções (DAS) acima do nível 4.
(M)Dados
A pesquisa do (M)Dados garimpou informações no Portal de Transparência do DF entre 1º janeiro e 4 de setembro de 2019. No caso das forças de Segurança, os números foram colhidos na edição de 16 de julho deste ano do Diário Oficial do DF (DODF), a partir do quadro de composição de preenchimento de cargos/empregos em comissão e de funções de confiança.
O outro lado
O Metrópoles entrou em contato com o GDF sobre a questão das cessões e requisições na quarta-feira (04/09/2019), mas não recebeu resposta. As assessorias da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil também foram procuradas e não se manifestaram. O TCDF informou que analisaria o caso.