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    Inelegibilidade de Liliane pode travar futuro do clã Roriz na política

    O revés sofrido pela distrital Liliane Roriz (PTB) na noite de segunda-feira (17/4) pode marcar a derrocada política de uma família que há décadas mantém influência nos corredores do poder do Distrito Federal. Condenada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) a 4 anos, 5 meses e 8 dias de prisão em regime semiaberto, além do pagamento de multa, Liliane está inelegível. Essa restrição pode durar até 12 anos caso ela não consiga reverter a sentença em recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Dessa forma, o clã Roriz corre o risco de, após as eleições de 2018, ficar sem nenhum representante com mandato eletivo. O patriarca da família, o ex-governador Joaquim Roriz, foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado ao cargo de senador para escapar da cassação. Assim, só poderá se candidatar em 2026, quando terá 90 anos.

    Ex-deputada federal, Jaqueline Roriz também está obrigada a ficar longe das urnas. Ela foi condenada por improbidade administrativa pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) devido à participação no esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM.Outros parentes de Joaquim Roriz, como a filha mais velha, Wesliane, sobrinhos e netos, se dividem entre aqueles que não têm interesse em seguir a carreira política e os que não apresentam — ao menos até agora — apoio suficiente para conseguir viabilizar a vitória a cargos eletivos.

    Em 2014, por exemplo, Jaqueline foi substituída na campanha pelo filho, Joaquim Roriz Neto. O jovem nascido nos Estados Unidos teve 29,4 mil votos e ficou em 14º lugar na votação para deputado federal. O neto do ex-governador pode ser a aposta para manter o nome da família na política local.

    Nem a única representante do clã com mandato atualmente terá vitória certa caso possa se candidatar em 2018. Com a imagem desgastada por uma série de escândalos, Liliane Roriz precisaria se esforçar para tentar uma eventual reeleição à Câmara Legislativa. Mas, para concorrer, ainda depende de uma vitória no TSE.

    Condenada pelo TRE-DF por compra de votos e falsidade eleitoral na disputa de 2010, o tempo de inelegibilidade de Liliane é aumentado por um agravante. A Lei da Ficha Limpa prevê limitação temporal de oito anos. No entanto, a norma determina que seja somado o período da pena de prisão.

    Como Liliane já foi condenada por um órgão colegiado — o pleno do TRE-DF — e sua pena prevê reclusão semiaberta, o tempo longe das urnas só passaria a ser contado a partir do fim da sentença, segundo entendimento de analistas da própria Corte.

    A defesa de Liliane vai entrar com embargos de declaração após a proclamação do acórdão, segundo os advogados Ezikelly Barros e Rodrigo Cyrineu. Os embargos são instrumentos jurídicos para pedir o esclarecimento de determinado aspecto da decisão. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Parentes na fila
    O cenário alimenta o sonho político de integrantes da família que querem brigar pelo espólio dos parentes: Paulo Roriz (PSDB) e Dedé Roriz (PSC), sobrinhos de Joaquim Roriz. Mas ambos têm problemas de relacionamento com os familiares e podem encontrar dificuldade em conseguir apoio.

    “Certamente, as eleições de 2018 serão determinantes para o futuro deles. Independente disso, não há como negar que a trajetória da família é negativa em relação a anos anteriores”, diz o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Leandro Gabiati.

     

    Fonte: Metropoles

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