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Manobras de Trump durante a Pandemia devem atrair apoiadores à sua reeleição, avalia analista político nos EUA

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Discurso nacionalista que o Presidente dos EUA aplica durante a pandemia está atraindo cada vez mais a atenção de americanos, o que deve aumentar sua chance de reeleição. Imigração mais difícil, apoio financeiro às empresas e população, rápida recuperação de empregos e alta da bolsa americana são fatores que eleitores deverão considerar na hora do voto, avalia analista político e economista brasileiro que atua nos EUA há mais de 30 anos.

O Presidente dos EUA, Donald Trump tem reafirmado seu discurso nacionalista de campanha pautado no jargão ‘América primeiro’ durante este período de pós-pandemia nos EUA. Diversas ações do Presidente americano estão confirmando o tom nacionalista que Trump adotou em suas políticas públicas durante todo seu mandato. Mais americanos devem aderir à ideia de proteção de empregos e prioridade a americanos defendida por Trump e pesar este discurso na hora de votar.

Apostando em números, o Presidente americano deve utilizar os resultados econômicos alcançados para recuperação econômica célere dos EUA pós-pandemia como mola motriz de sua campanha à reeleição. Na semana passada, Wall Street encerrou em alta e o índice Nasdaq atingiu uma máxima recorde de fechamento, valorizando, 0,52%, para 10.207,63 pontos. Estímulos massivos e esperanças de uma rápida recuperação econômica impulsionaram o S&P 500 que ganhou 0,45%, para 3.130,01 pontos e o Dow Jones que subiu 0,36%, para 25.827,36 pontos.

De modo geral, o sentimento positivo dos investidores impulsionado pelo aumento recorde na geração líquida de postos de trabalho nos EUA em junho, são um forte sinal de que a recuperação econômica no país está em pleno curso. A economia norte-americana criou, em termos líquidos, 4,8 milhões de empregos em junho deste ano, de acordo com o Departamento do Trabalho, 1,8 milhão a mais do que o esperado por analistas, e um segundo recorde consecutivo na geração de vagas.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos surpreendeu e recuou no mês passado, a 11,1%, segundo dados do Departamento do Trabalho. Em maio, já havia caído a 13,3%, após atingir em abril o maior patamar pós-Segunda Guerra Mundial (14,7%). Para o analista político e economista brasileiro que atua nos EUA há mais de 30 anos, Carlo Barbieri, que preside a Consultoria Oxford Group, um número cada vez maior de americanos não estará disposto a querer uma mudança política neste momento de crise. Barbieri acredita que embora não tão popular, os resultados alcançados por Trump em áreas historicamente problemáticas nos EUA deverão pesar em favor à sua reeleição.

“Em julho deste ano, a recontratação em massa levou a taxa de desemprego a cair para 11,1%. A economia dos Estados Unidos criou empregos em ritmo recorde neste momento pós-pandemia. Houve diminuição da recessão e a recuperação rápida já é sentida pelo mercado financeiro. O eleitor americano considerará os resultados de Trump na concretização de suas promessas de campanha e não deverão buscar mudança neste momento em que o país se recupera da pandemia”, afirma Carlo Barbieri.

Veja abaixo alguns pontos que, segundo o analista político e economista deverão fazer a diferença no resultado da corrida eleitoral americana este ano:

Gestão Trump em Números

O Governo americano celebrou, antes da pandemia, a marca histórica do menor desemprego no país em 50 anos, estimado em 3,5% – estado de pleno emprego. Em julho deste ano, relatório do Departamento de Trabalho dos EUA informou que a criação de vagas de trabalho fora do setor agrícola dos EUA chegou a 4,8 milhões. Esse foi o maior salto desde que o governo começou a manter registros, em 1939. Em maio haviam sido criados 2,699 milhões de postos de trabalho.

“As manobras econômicas adotadas pelo Presidente Trump geraram resultados concretos na vida dos americanos antes e agora no pós-pandemia. Antes, por exemplo, houve redução da taxa de desemprego nas comunidades afro-americana e latina. Agora, a rápida assistência financeira às empresas e pessoas, além de estímulos para recontratação, estão fazendo as pessoas passarem por esse momento de forma a sentirem-se menos desesperadas e com mais confiança que o Governo conseguirá gerenciar a crise”, pondera Carlo Barbieri.

Menos imigrantes, Mais Vagas

Com discurso de proteção aos empregos para americanos, o Presidente Donald Trump adotou medidas para restringir a emissão de vistos de trabalho a estrangeiros, o que agradou americanos. Dados da Casa Branca, mostraram que entre fevereiro e abril de 2020, mais de 17 milhões de empregos nos Estados Unidos foram cedidos a pessoas que solicitaram vistos H-2B, H-1B e L – usualmente estrangeiros.

A taxa de desemprego nos EUA, que estava em 3,5% em janeiro, antes da pandemia, saltou para perto de 15% em abril. “Em abril a economia americana perdeu 20,5 milhões de empregos. Por outro lado, medidas como o pagamento de auxílio — cheques inclusive impressos com o nome de Trump — aliviou o sistema financeiro e mostrou para os eleitores de Trump que o presidente tem habilidade para gerenciar e economicamente uma crise”, explica Carlo.

Menos Imigrantes, Mais Dinheiro

Desde o início de seu mandato, o endurecimento das normas imigratórias e tolerância zero para imigração ilegal foi uma das principais metas de Trump. A pandemia facilitou, segundo Barbieri, a tomada de decisões concretas para diminuir a imigração ilegal, fomentar a imigração documentada e aumentar a arrecadação do país neste setor.

“Mesmo com a diminuição da emissão de vistos, o país não deixou de arrecadar. A barreira burocrática para a tramitação de vistos tem aumentado constantemente desde o início do mandato de Trump e em contrapartida o presidente aumentou os custos do greencard para investidores nos EUA como no caso do EB-5, que exigia um investimento de US$ 500 mil (mais de R$ 2,5 milhões e foi reajustado para US$ 900 mil (quase R$ 5 milhões). Houve aumento também das taxas de imigração de modo geral”, explica Barbieri.

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