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    SECRETÁRIO DE COMUNICAÇÃO TERIA TENTADO COLOCAR “PANOS QUENTES” NA CRISE ENTRE PASSOS E A TERRACAP

    Confira o diálogo que revela a rede de influência que o réu Pedro Passos possuía no governo local:

    “Ainda no dia 8.8.2002, o réu Pedro Passos conversa com um interlocutor chamado Cláudio, revelando que já havia conversado com o governador sobre a ação do presidente da TERRACAP e este prometera que a TERRACAP “não mexeria com nada lá”. Faz questão de frisar que Eri Varela estaria ameaçando o governador de ir até a Polícia Federal. Informa ainda que o então secretário de Comunicação Social, Welligton Moraes, também estaria tentando colocar “panos quentes” na operação deflagrada. Este diálogo demonstra com clareza a rede de influência que o réu Pedro Passos possuía no governo local”.


    (Cláudio) – (E com o governador), como é que foi?
    Pedro – Uai! Eu falei com governador, o governador reagiu. Eu falei pra ele, governador, é uma covardia que ele tá fazendo, é uma molecagem, é uma coisa por ciúme, por inveja, por despeito, o governador reagiu. O Wellington disse que ele tá ameaçando, que vai detonar todo mundo, que vai pedir demissão, que vai pra Polícia Federal, deve tá querendo tomar mais dinheiro do governador, né?
    (Cláudio) – Puta-que… Governador reagiu como, contra o negócio, não?
    Pedro – Não, o governador reagiu contra ele. Falou que na hora não me falou não, mas falou assim, eu vou ligar pra ele, pode ficar descansado, vou ligar agora, ele não vai mexer com nada lá, rapaz. Eu falei: já mexeu governador, a operação (de humilhação). Não, mas pode ficar sossegado que vou fazer ele voltar atrás, não sei o que.
    (…)
    Pedro – Aí ligou pro Eri, acho que passou um pito no Eri. O Eri ligou pro Wellington, disse que vai detonar o governador, que vai na Polícia Federal, é denunciar governador, que vai pedir demissão na Terracap e vai sair atirando. (…) Aí o governador me ligou aparovado. Tô em casa apartando briga que o Eustáquio quer porque quer pegar o Eri no pescoção, de qualquer jeito. Até polícia aqui em casa baixou dele brigando com o Márcio, o Márcio tentando segurar ele, quer porque quer ir lá quebrar a cara do Eri de tudo quanto é jeito.
    (…)
    (Cláudio) – Só o governador mesmo pra se sujeitar…
    Pedro – (*) um negócio desse. Governador ligou pra mim aqui (apavorado): vai lá acalma seus irmão. Que aí, no meio da história, o Márcio ainda xingou o Wellington de tudo, foi ligar pro Wellington pra poder pedir o Wellington pra interceder, começaram a bater boca no telefone, xingou o Wellington de tudo. O Wellington também tá todo afetado.
    (Cláudio) – Wellington Moraes?
    Pedro – Wellington Moraes. Mas o Wellington tá do nosso lado, tá lá tentando por panos quentes, mesmo o Márcio tendo xingado ele, batido boca e tudo um com outro.
    Pedro Passos conversa com a pessoa identificada como “Baiano”, alcunha do então Secretário de Comunicação Social, Wellington Moraes, e, revela nova tentativa de interferência junto ao presidente da TERRACAP, Eri Varela, para por fim à operação na área, bem como às ameaças recíprocas de parte a parte na forma de chantagem. Wellington Moraes revela que chegou a tentar convencer Eri Varela de não prosseguir na operação de impedir o parcelamento ilegal para tentar buscar uma medida judicial:
    Baiano – Eu… deixa eu te falar que essa coisa, ninguém vai ficar nessa tensão é pressão pra cá, pressão pra lá, chantagem pra cá, chantagem pra lá. Deixa estourar, rapaz, eu acho que chega uma hora que essas coisa é melhor deixar acontecer, liberar ele, deixa porra, entendeu? Numa boa porque fica essa agonia…
    Pedro – Ela acaba com tudo.
    Baiano – Cê sofre de um lado, eu sofro do outro, todo mundo sofre. Deixa… deixa, sabe? Deixa estourar, rapaz, larga ele, entendeu? Eu que fica você sofrendo do lado lá segurando, eu fico do lado de cá com essa coisa, entendeu? Libera ele, deixa porra. O Eri tá lá com polícia na casa dele, entendeu? Daqui a pouco essa coisa vai tá na rua mesmo, então… sabe? Eu o que eu podia fazer eu fiz, eu fui pra casa do governador ontem a noite, saí duas hora da manhã, sabe? Porra! Fiquei lá conversando com Eri, o Eri doido também, porra? Pegando revólver que dizia que ia lá também na casa pra matar, que queria que matasse, que não terra dele ninguém… cara quando fala que mata tem que matar porque senão não sei o quê, entendeu? Porra! Vou hoje cedo lá derrubar cerca, e quero vê e vou chamar Luís Francisco. Vou não sei quem mais, porra, sabe? Aí vai lá consegue, sai meia noite. Aí o seu irmão desse jeito. Larga, bicho, deixa vê o quê que vai acontecer, entendeu?
    (…)
    Baiano – Ah! Então isso, deixa pra lá. Eu também a minha parte eu fiz… até duas hora da manhã lá, convencendo, porra, ponderando. Deixa passar isso aí, calma, porra, segura, deixa isso aí resolver na justiça, vamo devagar, entendeu? Porra! Consegui sair de lá, ontem, uma coisa calma, entendeu? Botei o homem pra ligar pra ele, pra conversar com ele, pra falar com ele, entendeu? Porra! (…) de arrumar confusão, que deixasse passar, que ele deixasse essa coisa resolver não tramite legal depois na frente, sabe? Quer dizer, então agora se não tem jeito, se o outro lá quer, então libera, Pedro, vai cuidar da sua vida, porra, e pronto, entendeu? Sabe?
    (Hyperlink 30, fls. 1660/1661)
    Márcio Passos liga para o réu Pedro Passos requerendo que a operação na área fosse interrompida com a intervenção do Governador:
    Márcio – Nós tem que dá conta de aloprar isso aí num nível que tenha jeito, com o César, com o próprio governador não sei com quem, ué!
    Pedro – Não já tá, Márcio, ontem, (…) nessa situação, né?
    (…)
    Pedro – Ainda tá em crise. Vamo, vamo lutar, pra vê o quê que faz. Já liguei pro Wellington aqui agora, já falei, tô ligando governador, tá?
    Márcio – Então, tá. Pode acudi que é sério. Ele agora tá agindo como bandido.
    (Hyperlink 31, fl. 1662)
    O réu Pedro Passos liga então para um interlocutor de nome Cassimiro (Hyperlink 32, fl. 1663) e para o Coronel César Caldas, então Chefe do Gabinete Militar, novamente solicitando interferência para por fim à operação deflagrada pelo presidente da TERRACAP:
    César – Como é que foi a conversa, lá ontem?
    Pedro – Ô, rapaz! Tá em crise aí de novo, eu tô ligando pra você, pra você ajudar a interceder aí. Ontem ficamo a noite inteira tentando acalmar o povo lá em casa, todo mundo brigando, governador disse que tinha falado com Eri que tava tudo calmo. O Eri levantou hoje cedo mandou quebrar o resto tudo. Eu já falei com governador, o governador fica mandando o Alencar falar pra mim que tá tentando falar com Eri, ele não sabendo da gravidade do problema, viu? Nós vamo, vai acabar a campanha de nós todos, vai virar uma crise incontornável. Em casa tá em pé de guerra, todo mundo puto, querendo ir no Ministério Público, querendo ir na OAB, querendo xingar querendo matar o Eri; pô, uma crise que cê não faz idéia do tamanho, viu? É o acidente de percurso que faltava pra nós ir pro buraco, viu? Todos nós. Ajuda entrar nessa história aqui que…
    (Hyperlink 33, fl. 1665)

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