Diariamente, cerca de 35 bebês internados recebem o alimento tão valioso para seu desenvolvimento
Jurana Lopes
O Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) recebeu de doação, em todo o ano de 2023, um total de 2.940,820 litros de leite materno. Em média, são cerca de 100 mães ativas doadoras mensalmente. Além disso, também há a doação de leite das mães que estão internadas com seus bebês na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN) ou na Maternidade, que resulta numa média de 50 litros de leite oriundos dessas mães.
O ambulatório do Banco de Leite funciona de segunda a sexta, das 8h às 18h e atende de portas abertas todas as mães que precisam de ajuda com a amamentação. Em todo o ano passado, realizou um total de 3.085 atendimentos externos para binômios (mãe e bebê).
“Contamos com uma equipe multidisciplinar completa para pacientes internadas e externas, composta por fonoaudiólogo, nutricionista, pediatra, ginecologista e equipe de enfermagem para qualquer atendimento de amamentação”, informa a chefe do Serviço do Banco de Leite Humano do HRSM, Maria Helena Santos.
Segundo ela, durante os atendimentos, que tratam desde à pega correta do bebê no seio, até o tratamento de fissuras e mastites, as equipes sempre orientam as mães a se tornarem doadoras, ensinando a maneira correta de ordenhar e armazenar o leite.
Quem decide se tornar uma doadora e é considerada apta pela equipe do Banco de Leite recebe potes de vidro com tampa plástica já para levar pra casa e fazer a primeira doação, além de toucas e máscaras. “Temos parceria com o Corpo de Bombeiros Militar que tem uma dupla aqui no nosso Banco de Leite responsável por ir buscar as coletas nas residências todas as segundas, terças, quartas e quintas. Eles pegam os potes cheios e deixam os vazios. Além de perguntar como está a saúde da mãe e bebê”, afirma.
Mensalmente, o Banco de Leite Humano do HRSM arrecada uma média de 120 litros de leite oriundos das cerca de 100 doadoras externas e mais uns 50 litros das mães internadas com seus bebês no hospital. Atualmente são 20 leitos na UTIN, 15 leitos na UCIN e mais 40 leitos na maternidade.
“Sempre precisamos de mais doações e doadoras, porque temos uma média de 600 receptores de leite humano por mês, sendo diariamente cerca de 35 bebês alimentados com nossos estoques. No fim do mês, usamos aproximadamente 80 litros de leite”, explica. Maria Helena também ressalta a importância de ter uma reserva técnica. “Além dos prematuros, que são as prioridades, há os casos em que as mães ainda não conseguem amamentar ou que tiveram alguma intercorrência no parto. Também usamos leite do estoque nos atendimentos externos que apresentam dificuldades”, completa.
Nos meses de férias sempre há uma queda nos estoques e quando alguma mãe ativa geralmente adoece ou retorna ao trabalho, acaba parando de ser doadora. Por isso, a chefe do serviço ressalta que toda mãe que amamenta seu filho é uma potencial doadora e pode ajudar centenas de bebês. Quem tiver interesse basta procurar o Banco de Leite do HRSM ou se preferir, se inscrever pelo site do Amamenta Brasília, ou fazer o cadastro no telefone 160- opção 4.
Pasteurização
Todo o leite arrecadado pelo Banco de Leite Humano do Hospital Regional de Santa Maria passa pelo processo de pasteurização, pois além de poder ficar armazenado mais tempo, existe o controle de qualidade e durante a pasteurização são inativados qualquer tipo de vírus e bactérias que possam existir.
Além disso, o leite é dividido e separado em cinco tipos diferentes, sendo eles: colostro, leite de transição, alcon (leite maduro/alojamento conjunto), normocalórico e hipercalórico. A partir dessa divisão, os bebês internados recebem o leite adequado para suas necessidades naquela fase.
“Fazemos um mapa de visita na UTIN, UCIN, Maternidade e Centro Obstétrico, e verificamos o quê cada recém-nascido precisa naquele momento. Se for um prematuro extremo, por exemplo, enviamos o leite do tipo colostro ou transição, porque possui mais vitaminas e mais anticorpos. Se for um bebê maior, que só precisa ganhar peso, já mandamos o leite hipercalórico”, explica.