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    Aliança Láctea celebra 10 anos com discussão sobre os desafios do leite no cenário global

    Os 10 anos da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB) foram comemorados nesta segunda-feira (21), durante reunião que discutiu o setor lácteo no cenário global, com destaque para a importância das exportações. O encontro, realizado de forma híbrida na sede do Sistema Faesc/Senar em Florianópolis (SC), também marcou a entrada do Mato Grosso do Sul (MS) para o grupo.

     Estiveram presentes representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), das Secretarias de Agricultura de Santa Catarina (SC), Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e Mato Grosso do Sul (MS), do Codesul, dos Sindicatos das Indústrias de Laticínios e das Federações de Agricultura dos quatro estados, entre outras lideranças.

    O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em receber os colegas que compõem a Aliança Láctea Sul Brasileira, em um momento que celebra os 10 anos da iniciativa, que congrega pessoas com a responsabilidade de zelar pelas atividades dos produtores rurais, com foco especial no setor lácteo. Ressaltou a alegria em receber os representantes do Mato Grosso do Sul – novos integrantes da Aliança Láctea Sul Brasileira, que chegaram para fortalecer as ações desenvolvidas em prol do setor.

    “A reunião foi produtiva e teve avanços significativos. Obtivemos informações valiosas, não apenas de quem já integra a Aliança Láctea, mas também da participação atuante dos técnicos da CNA, que trouxeram dados importantes sobre o segmento”, salientou Pedrozo.

    O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, ressaltou que a entrada do estado na Aliança, a pedido do governador Eduardo Riedel, mostra a preocupação em impulsionar a atividade que garante renda e o sustento de milhares de famílias.

    Também estiveram presentes o secretário executivo de desenvolvimento econômico sustentável do Mato Grosso do Sul, Rogério Thomitão Beretta, que representou o governador no encontro e o diretor da Federação das Indústrias do MS, Paulo Fernando Pereira Barbosa.

    O secretário da Fazenda do Paraná, Norberto Ortigara, desejou as boas-vindas ao Mato Grosso do Sul pelo ingresso na Aliança Láctea e avaliou a reunião de forma positiva, ressaltando que encontros como esses são fundamentais para a busca de estratégias de desenvolvimento do setor. O presidente do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette, complementou que a união das federações e demais envolvidos na Aliança Láctea representa um passo importante para solucionar os problemas enfrentados pela cadeia produtiva e promover o desenvolvimento da cadeia de lácteos.

    O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Clair Kuhn, comentou sobre a necessidade de qualificar o produtor de leite para abrir mercados para a exportação. “Precisamos cuidar da qualidade e da sanidade juntos, para termos a possibilidade de escala de produção de leite e assim abrirmos mercado para os nossos produtos”, ressaltou.

    Para o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Silveira Pereira, a reunião foi de grande importância para fortalecer o setor e enfatizou que a entrada do Mato Grosso do Sul veio para consolidar ainda mais a Aliança Láctea Sul Brasileira. Falou sobre a preocupação pela falta de acesso à exportação desse produto que, pelo volume de produção, necessita muito do mercado externo. “É necessário abrir mercados e essa foi a grande proposta da reunião”.

    O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, frisou a expressiva importância de Santa Catarina no cenário nacional, lembrando que é o quarto produtor de leite. “Nos debruçamos junto com a Aliança Láctea Sul Brasileira para olharmos o mercado, potencializarmos a competitividade e dinamizarmos nossas relações comerciais para aumentar o consumo e agregar valor à toda cadeia produtiva nacional”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.

    Segundo ele, o desafio é dar condições para que os produtores de leite permaneçam na atividade, com um programa de transição que atenda os parâmetros de qualidade. “Em apoio ao setor, o Governo do Estado implantou nesse ano o Programa Leite Bom SC, que busca atender os produtores e as indústrias, com subsídios e incentivos, junto com os programas voltados a qualidade da produção”, completou Colatto.

    OS DESAFIOS DA CADEIA LÁCTEA

    O coordenador de Inteligência Comercial e de Defesa de Interesses da CNA, Felipe Spaniol, abordou os desafios que a cadeia láctea enfrenta no Brasil, destacando os gargalos já mapeados pela Aliança Láctea Sul Brasileira, que envolvem uma visão de futuro. “Precisamos   melhorar o custo de produção, os desafios logísticos, a qualidade dos produtos e o pagamento efetivo por esse aumento de qualidade aos produtores rurais para que o produto brasileiro seja mais competitivo no mercado internacional”, pontuou.

    Spaniol frisou, ainda, que há uma série de iniciativas executadas aos produtores para atuar no mercado interno, como a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), além de ações que preparam para o acesso ao mercado internacional, como o Agro.BR. “Mas enquanto não houver melhoria nos custos de produção para que esse produto seja mais competitivo será difícil acessar o mercado internacional”.

    Além de comentar sobre a prática de dumping – situação que ocorre quando um produto é exportado a um valor inferior ao praticado em seu mercado interno, o assessor técnico em Pecuária de Leite da CNA, Guilherme Dias, destacou que a Confederação tem realizado estudos para desenvolver um contrato a ser negociado na bolsa de valores para o leite brasileiro. “A proposta é que, ao ter uma negociação futura do leite, se tenha ferramentas que permitam tanto aos produtores travarem o seu preço de venda quanto as indústrias travarem o seu preço de compra. Isso trará mais segurança e menos volatilidade ao mercado”, assinalou Dias.

    O coordenador geral da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, descreveu como uma das mais importantes reuniões nesta primeira década. “Tratamos diversos assuntos relevantes, como por exemplo, o levantamento realizado pela Secretaria de Agricultura de cada estado para a análise da Aliança Láctea e o ingresso do Mato Grosso do Sul no grupo. Agora somos mais fortes e estamos mais robustos para enfrentar os desafios”.

    Para a secretária de Articulação Nacional de Santa Catarina na Capital federal, Vânia Oliveira Franco, a Aliança Láctea Sul Brasileira é um exemplo de ação concreta para o fortalecimento desse setor tão importante para a economia do país. Também reforçou que a Aliança Láctea pode contar com a Secretaria de Articulação Nacional, com o Codesul e com o governo de Santa Catarina para auxiliar na busca do aumento da eficiência e competitividade global do segmento leiteiro para gerar mais emprego, renda e oportunidades.

    O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados no Mapa, Ronei Volpi, classificou o encontro como um dos mais estratégicos já realizados pela Aliança Láctea Sul Brasileira. “Tivemos a incorporação do Mato do Sul na Aliança Láctea e mais importante que tudo foi a presença maciça dos presidentes das quatro federações, dos Sindicatos, das indústrias e dos representantes do Codesul para discutirmos, principalmente, possibilidade de exportação, com uma explanação muito competente da equipe da CNA”, finalizou.

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