Quarenta adolescentes das 14 Unidades de Meio Aberto (UAMA) do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal iniciam, nesta sexta-feira (23), o primeiro curso de informática básica. O curso, que será ministrado todas as sextas-feiras durante três meses, é um projeto piloto com o qual a secretária da Criança, Rejane Pitanga, pretende oferecer oportunidades de formação profissional aos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas para ingresso no mercado de trabalho.
Se der certo, o projeto irá inaugurar uma nova parceria entre a Secretaria da Criança e o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). A aula inaugural foi realizada no dia 9 de novembro para os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas que vão participar do curso. A proposta é que eles saiam de lá inserido no cadastro do CIEE e, os que tiverem melhor rendimento, encaminhados para o mercado de trabalho como adolescentes aprendizes ou como estagiários.
No projeto piloto serão atendidos somente os jovens do Meio Aberto. E se depender das equipes da secretaria, tudo vai dar certo. Ele conta com a colaboração de vários setores da secretaria e do próprio CIEE. A Secretaria da Criança irá assegurar o transporte e, o CIEE, a infraestrutura, a equipe profissional e o lanche. As unidades puseram técnicos de referência à disposição para atuar nos momentos de solução de problema. É por intermédio deles que, por um lado, se saberá os motivos pelos quais o adolescente não foi à aula e, por outro, como anda o desempenho dele.
“Esse acompanhamento é primordial para que se tenham resultados”, disse a gerente de Trabalho e Empregabilidade do Sistema Socioeducativo da Coordenação de Articulação Institucional (COORAI) da Secretaria da Criança, Luciene Figueiredo. “Acredito que em fevereiro de 2013 a gente terá os 40 jovens formados em informática básica, com um pé no mercado de trabalho e uma parceria da secretaria com o centro”.
Os pré-requisitos para participar do curso profissionalizante de informática básica é a idade mínima de 16 anos e estar cursando pelo menos a oitava série. Não importa se o curso ao qual o adolescente está vinculado seja do ensino regular ou da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A parceria é uma tentativa de a Secretaria da Criança e o CIEE firmarem um acordo maior que atenda a todo o Sistema Socioeducativo, ou seja, não somente ao Meio Aberto, mas também à Internação e Semiliberdade. Trata-se de uma experiência que acreditamos que vai dar certo.
Evasão e permanência – Equipes da secretaria atuam, de forma integrada, para garantir a adesão e a permanência desses jovens nos cursos. Como ocorre no sistema educacional, também entre os jovens em conflito com a lei a evasão dos cursos é alta. Os jovens provenientes do Sistema Socioeducativo tem o agravante de serem pessoas que também evadiram das escolas e dos cursos profissionalizantes.
“Estamos ansiosos por esse curso. É uma novidade. A estrutura que o CIEE oferece é de excelência e as as empresas que captam essa mão de obra que é qualificada e têm nome no mercado também. Os adolescentes vão sair de lá cadastrados no banco do CIEE, certificados pela instituição e com uma nova oportunidade de inserção na sociedade e no mercado de trabalho.
Cursos profissionalizantes – O papel da Gerência Trabalho e Empregabilidade do Sistema Socioeducativo da Coordenação de Articulação Institucional (COORAI) da Secretaria da Criança é o de inserir os jovens em conflito com a lei no mercado de trabalho. Muitas vezes essa inserção é difícil porque a maioria dos jovens têm baixa escolaridade e nenhuma capacitação profissional. Para resolver isso, a equipe busca parcerias que os capacitem e, posteriormente, os introduzam no mercado de trabalho.
Na parceria piloto com o CIEE, o centro disponibilizou, a princípio, 20 vagas, mas menos de uma semana depois, dobrou a quantidade e ofereceu mais 20 vagas para a capacitação de 40 adolescente em cumprimento de medidas em meio aberto.
Para os servidores do COORAI, a parceria com o CIEE é uma conquista por vários motivos, mas, sobretudo, porque é a primeira vez que a Secretaria da Criança firma uma parceria com o centro e também porque é resultado de um processo de sensibilização que ocorre no Fórum de Aprendizagem Profissional, do qual participam várias instituições governamentais, como, por exemplo, o Ministério do Trabalho, o Sistema S, a Caixa Econômica, o Banco do Brasil e a Secretaria da Criança.
O Fórum de Aprendizagem Profissional se reúne todas as terceiras terças-feiras do mês e é formado principalmente por adolescentes, Ministério do Trabalho e Sistema S. Este ano a Secretaria da Criança passou a integrar o grupo.
“É um momento em que a gente sensibiliza essas empresas, esses profissionais, a inserir o nosso público. É por isso que pedimos para integrar esse fórum: para introduzirmos um processo de sensibilização, de aproximação e de capacitação entre donos e representantes de empresas.