A complexa saga que ocorre na Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) parece estar longe de acabar
Desde o dia 8 de janeiro a corporação vive sob forte tensão, e agora um pequeno grupo tenta calar o jornalista Donny Silva que, com quase 40 anos de carreira e que há 16 anos mantém o conceituado Blog que leva seu nome, já derrubou políticos corruptos e maus gestores públicos em sua longa jornada na busca pela verdade dos fatos e respeito ao erário.
Após denúncias que foram divulgadas pelo jornalista sobre atos nada convencionais do atual Corregedor da PMDF, o mesmo resolveu tentar descobrir por conta própria e utilizando a máquina da Corporação, a fonte das notícias sobre a Corregedoria. E para isso, usa o corregedor-adjunto para CONVOCAR o jornalista para prestar depoimento num Batalhão da PMDF na condição de testemunha.
É isso mesmo que você leu acima: a Corregedoria está convocando 2 jornalistas para depor, mas não informam o motivo da convocação. Voltamos à ditadura militar ou só uma questão de calar quem não concorda com o Corregedor? Donny Silva não compareceu às duas convocações e nem irá. O Corregedor não tem prerrogativa legal para convocar nenhum civil.
Ao convocar jornalista, o Corregedor praticou o crime de prevaricação, porque usou o corregedor-adjunto, realizando ato de ofício, para ter benefício pessoal. Além de abuso de autoridade, cometeu crime de prevaricação.
É preciso relembrar o teor de algumas matérias publicadas por Donny Silva que fizeram o grupo do Corregedor da PMDF ter dor de cabeça:
- Oficiais que a instituição entendeu não terem feito nada foram presos juntamente com aqueles que a corporação indiciou;
- Na CPI tentaram não ouvir Oficiais para os protegerem, mas após as denúncias eles foram ouvidos e posteriormente presos;
- Depois foi o fato do Corregedor cercear o direito de alguns oficiais de concorrerem à promoção devida, alegando a “questão moral” mas na mesma promoção, oficiais que foram condenados por crime (e até aquele que foi pego com drogas no carnaval em Salvador) foram promovidos
- Promoveram os amigos do Corregedor e prejudicaram outros e ficou por isso mesmo:
- Não se viu deputados pedindo a legalidade, muito menos os oficiais de alta patente defenderem o que deveria ser defendido
- Neste mesmo sentido, um certo oficial tentou se manifestar sobre a ilegalidade de retirar colegas que poderiam ser promovidos, mas a Corregedoria agiu rápido e abriu uma investigação interna para apurar o abuso do oficial de discordar; atualmente todos são obrigados a concordar com o Corregedor, caso não ocorra, responderá e dará um recado aos demais que assim fizerem;
- Outro fato relevante foi o caso do Major que retirou uma viatura do policiamento para que levassem seu garçom para casa, e que foi matéria por vários dias nos noticiários locais e por fim o que aconteceu? O tal Major foi simplesmente promovido a trabalhar na Câmara Legislativa do DF, ganhando uma gorda gratificação e ninguém mais fala no assunto;
- Onde está a moralidade do Corregedor na promoção de um condenado que cumpriu pena e de um oficial preso por drogas?
- Outro absurdo cometido pela corregedoria foi o fato de ouvir praças em apurações investigativas como testemunhas, mas na verdade eram investigadas, o que fere totalmente a legalidade, assunto já pacificado no STJ e STF, mas a PM insiste em continuar fazendo, achando que está enganando o investigado e obrigando-o a produzir provas contra si;
- Enquanto isso, a omissão do atual Comandante Geral é gritante! Ele sequer mandou apurar os fatos denunciados pelo jornalista Donny Silva.
- Por último, mas não acredito que seja o último, o jornalista recebeu duas convocações da PMDF, a pedido do corregedor-adjunto para depor como testemunha em um PIP (Procedimento Interno Policial). O atual Corregedor gosta de estar a frente de tudo, mas neste caso específico se escondeu e está usando seu adjunto para tal determinação para tentar descobrir quem são as fontes que têm revelado desmandos da Corregedoria ao jornalista.
- O amadorismo de convocar o jornalista pelo seu apelido num documento oficial é surreal e mostra o afã de tentar rapidamente intimidar o profissional;

“Sei que eles querem saber as minhas fontes, mas eu não preciso depor para revelar. Posso afirmar aqui que minhas fontes estão dentro da própria Corregedoria, outras dentro do QCG e outras nas ruas. Como a Corregedoria da PMDF convoca um jornalista para depor como testemunha sem falar o fato ou motivo? Se esqueceram que tenho prerrogativa constitucional na função que exerço quanto ao sigilo da fonte? Como pode a Corregedoria convocar um civil? Espero que não queiram usar disso como forma de explícita ameaça ou evidente intimidação, pois meu trabalho é divulgar fatos e tenho o direito do sigilo da fonte; e já falei o local das fontes, mas quanto aos nomes, jamais serão revelados. Tenho recebido denúncias e queixas contra o Corregedor que pensa ser o “dono do mundo” dentro da Corporação que tanto admiro. É preciso investigar os atos do Corregedor, e como não aceito ser intimidado por revelar a verdade, ingressei na Justiça contra o atual Comandante-Geral da PMDF e contra o Corregedor para que o Ministério Público se pronuncie e investigue os atos de omissão do Comandante-Geral Adão Teixeira de Macedo e de prevaricação e abuso de poder por parte do atual Corregedor, Leonardo Siqueira dos Santos. O processo é o de número 19.04.4495.0076990/2023-23. É preciso passar a Corregedoria da PMDF a limpo, pois honrados oficiais e boa parte da valorosa tropa não estão suportando tanta opressão e perseguição, e tenho sido a voz deles do lado de fora dos quartéis para acabar com a tirania do corregedor, que já ganhou o apelido de ditador nos quartéis. Abuso de autoridade é crime!”, afirma Donny Silva.
É preciso que a Justiça aprofunde nas investigações na Corregedoria da PMDF.